O especialista, que falava na conferência «Crise, Justiça Social e Finanças Públicas», promovida pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal da Faculdade de Direito de Lisboa, considerou que «o espaço restante para baixar as taxas de juro deve ser usado, nomeadamente no BCE».
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«A política monetária tradicional não lida bem com grandes choques, porque, quando as taxas de juro atingem o nível zero, não há mais margem de manobra para agir nesse nível», disse. Nesta situação, refere, «os estímulos orçamentais podem dar uma ajuda, mas só são bons se forem temporários e reversíveis».
Tendo em conta que se trata de uma «tendência de queda severa e alargada», o economista da OCDE defende que estas medidas temporárias devem ter uma duração de dois anos.
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No entanto, embora defenda que os Estado devem aplicar estímulos económicos, admite que «muito poucos têm actualmente margem» para lançar mais medidas ou reforçar as medidas tomadas.
De acordo com a intervenção de David Turner, Portugal tem um dos pacotes anti-crise mais pequenos, mas um dos efeitos multiplicadores mais elevados, graças ao funcionamento dos estabilizadores automáticos.
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