Não é fácil chegar sozinho a qualquer lugar do mundo. Apesar da Internet ser uma ajuda tremenda, há sempre barreiras difíceis de quebrar, especialmente quando se vive em plena pandemia de covid-19.

O Maisfutebol chegou sozinho a Munique, mas, como qualquer típico português, desenrascou-se até chegar ao hotel. Em qualquer lugar do mundo, sê português, não é verdade?

Frios e pouco comunicativos, os alemães não são propriamente os melhores anfitriões. No entanto, há um português em todo o lado, conforme comprovei. Com o intuito de fazer uma reportagem sobre portugueses que jogassem futebol na Baviera, entrei num grupo de Facebook e foi, através desse mesmo grupo, que encontrei o Luís.

Sem ele saber, tinha acabado de garantir oficialmente o lugar de guia do Maisfutebol em Munique. Falámos três ou quatro vezes por telefone antes da viagem. Não tinha como saber aquilo que me esperava. Ainda assim, aceitei boleia do Luís por volta das 17h00 junto ao meu hotel. 

Fomos até ao hotel onde ficou instalada a comitiva portuguesa na Baviera. Andámos 25 quilómetros e falámos sobre Munique, sobre a vida do Luís, o seu emprego, a esposa e a filha recém-nascida. Enfim, conhecemo-nos um pouco.

Cada um fez o que queria junto ao Infinity Hotel e ele ainda teve a amabilidade de esperar que acabasse o meu lanche. De seguida, dirigimo-nos para a zona próxima do sítio onde vive o Luís. Passámos pelo Allianz Arena, pela Academia do Bayern Munique e por uma série infindável de sítios - confesso que não os decorei a todos.

Trinta e poucos minutos e algum trânsito depois, chegámos a Berg am Laim. O Luís mora naquela zona, embora não tenha estado lá tempo suficiente para conhecer o que quer que fosse além de um restaurante/café asiático e pouco mais.

O Luís é o típico português, capaz de receber bem quem quer que seja. Tratou-me como um amigo, foi prestável e tentou ao máximo ajudar-me no que pôde. E guardou o melhor para o final: um jantar no restaurante Portugal, o seu preferido na cidade.

Estas linhas são, no fundo, para lhe agradecer antecipadamente por tudo o que fez por mim enquanto estive em Munique. Ainda assim, sinto que minha dívida para com ele dificilmente ficará liquidada.

Obrigado, Luís 

 

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«O Caderno de Puskás» é um espaço de crónica dos jornalistas Sérgio Pires e Vítor Maia, enviados especiais do Maisfutebol ao Euro 2020.