Os líderes das quatro maiores economias europeias, que estiveram reunidos no Sábado numa mini-cimeira em Paris, pediram «flexibilidade» na aplicação das regras económicas europeias de modo a poderem fazer frente à crise financeira que abala o Mundo.

Além de terem aprovado um pedido de empréstimo ao Banco Europeu de Investimento (BEI) no valor de 31,5 mil milhões de euros, para apoiar as empresas em dificuldades, os responsáveis comprometem-se a apoiar os bancos dos respectivos países, tomando «todas as medidas necessárias» para garantir a estabilidade do sistema bancário e financeiro.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, formaram o grupo, que contou ainda com a presença do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.



A uma só voz, os responsáveis dos quatro países, pediram às entidades reguladoras da União Europeia para serem rápidas e flexíveis na avaliação das medidas usadas pelos Estados-membros para ajudarem os respectivos bancos.

Alemanha critica Irlanda

A chanceler alemã sublinhou que cada país deve assumir as responsabilidades pelos problemas dos respectivos bancos, sem colocar em causa os interesses dos outros Estados europeus, e sem violarem as regras da concorrência entre bancos europeus, numa alusão às medidas adoptadas pela Irlanda, que decidiu conceder garantias a alguns bancos do país.

«Já pedimos à Comissão Eurpeia e ao BCE para procurar discutir com a Irlanda. É importante agir de modo equilibrado e não causar estragos entre países, são necessárias medidas que respeitem a concorrência», disse.

Sarkozy defendeu que a «Comissão Europeia deve fazer prova de flexibilidade na aplicação de regras em matérias de ajuda do Estado às empresas» e afirmou que, na actual conjuntura, «a aplicação do pacto de estabilidade e de crescimento deve reflectir as circunstâncias excepcionais».

Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, deixou na mesma altura o aviso de que o pacto deve ser respeitado «na íntegra», até porque «uma acumulação de défices e um retorno à espiral de endividamento são sem dúvida perigosos e trariam mais nervosismo a um nervosismo que já é grande».