O selecionador nacional dos sub-21, Rui Jorge, diz sentir que o grupo de jogadores de Portugal que está no Europeu valoriza o facto de já ter atingido as meias-finais da competição – algo que acontece pela quarta vez na história lusa nesta categoria – mas que também há coisas que os próprios atletas não dizem à sua frente, no que toca às expectativas e ao que a seleção pode ainda alcançar.

«No balneário não costumo entrar e há coisas que eles não dizem à minha frente, mas sinto que valorizam imenso o facto de terem chegado aqui. Nada é igual aos torneios que disputaram no passado, não estamos no mesmo patamar, as dificuldades são outras, a qualidade hoje em dia é diferente. Estamos no futebol profissional, já lhes fiz ver a dificuldade que é chegar aos quatro melhores neste escalão. Acho que nesta altura desfrutam do que já conseguiram. Não sou dos que diz que não ganhámos nada. Já ganhámos muita coisa, os jogadores já ganharam experiência em alguns destes jogos e queremos mais. Obviamente que gostaríamos de chegar um patamar mais acima, mas temos de defrontar Espanha», expressou, na conferência de imprensa de antevisão.

Por outro lado, e falando em particular do avançado Dany Mota, Rui Jorge diz que não interessa de onde o jogador chega, mas sim o que faz quando chega à seleção. O jogador, que bisou nos quartos de final ante Itália, na vitória por 5-3 após prolongamento, joga no Monza, da II Liga italiana.

«Digo muitas vezes: não interessa de onde vem, interessa é o que fazem quando cá chegam, como o Raphäel Guerreiro. Não chegou como o Diogo Queirós, mas está cá para representar a seleção, num patamar alto e, vindos de lados diferentes, convergem numa seleção que tem de dar provas. Eles têm de dar provas para alimentar o grande sonho deles que é representar a seleção nacional principal. O Dany está aqui, concordo que tenha evoluído, a exemplo dos colegas. Sempre lhe reconhecemos qualidade», sublinhou.

Rui Jorge voltou ainda a falar sobre as gerações dos sub-21 dos últimos anos, dizendo que é difícil dizer se esta é a «melhor ou a pior» e se pode finalmente conquistar o Europeu da categoria. Mas uma coisa tem a certeza: «acabámos agora, com a vitória sobre a Itália, de fazer a 11.ª vitória consecutiva em jogos oficiais e igualámos o que tínhamos feito em 2015 com a equipa que foi à final. Não gosto de fazer comparação, já o disse muitas vezes. Temos de provar sistematicamente e esta equipa tem-no feito e é isso que vai querer continuar a fazer».

O Espanha-Portugal joga-se a partir das 17 horas de quinta-feira.