O Benfica despede-se da pré-época com uma vitória sobre o Arsenal, por 2-1, arrecadando ainda a quarta edição da Eusébio Cup, troféu que só por uma vez tinha vencido (frente ao Milan). Segue-se o Gil Vicente na próxima sexta-feira e muitas certezas no onze encarnado antes do arranque oficial da temporada.

AO MINUTO DO BENFICA-ARSENAL

Mais do que a vitória Jorge Jesus queria algumas respostas e a experiência que um adversário deste calibre poderia proporcionar. Já Arsène Wenger tinha prometido a melhor equipa de início e cumpriu, com o treinador português a preferir esperar pelo intervalo. E foi pena que não se tivessem encontrado.

Mesmo sem alguns dos habituais titulares - Fàbregas, Nasri, Wilshere, Walcott ou Koscielny - o Arsenal revelou-se um adversário de peso com um ataque fortíssimo: Arshavin, Van Persie e Gervinho, ex-Lille, um dos poucos reforços do defeso.

Mas se o melhor Arsenal não teve problemas em impor-se a um Benfica de segunda linha na primeira parte, também o melhor Benfica do segundo tempo não sentiu quaisquer dificuldades sobre um Arsenal remodelado.

Faltou, de início, a qualidade, criatividade e ligação entre meio-campo e ataque que Witsel e, sobretudo, Aimar proporcionaram (Matic demorou a soltar-se e Bruno César só mexeu com o jogo quando passou para o lado direito); faltou também a velocidade, garra e eficácia de Gaitán, Nolito e Saviola (Enzo Perez esteve muito apagado e Jara não esteve à altura); faltou também a estreia do internacional espanhol Joan Capdevila, que aconteceria na etapa complementar, mas muito a tempo de mostrar serviço. Eduardo também se estreou, mas Artur parece ter claramente o lugar assegurado.

Na melhor oportunidade que o Benfica conseguiu construir na primeira parte, aos 29 minutos, Cardozo rodou para atirar sobre a trave. Desacerto que Van Persie não teve aos 35 minutos, após uma excelente jogada com Gibbs, que terminou no fundo da baliza de Eduardo. O holandês, muito penalizado pelas lesões, acabou por pegar-se com Garay na sequência de uma falta e a saída para o descanso foi tudo menos pacífica.

As oito substituições do Benfica ao intervalo revolucionaram por completo a equipa, que deu a volta ao marcador num ápice. O Benfica foi tudo aquilo que Jesus desejava e mais ainda. Uma entrada avassaladora, com os «gunners» sem saberem muito bem para onde se virar, tantas as caras novas, também no seu próprio onze. Não foi, por isso, de estranhar o empate logo aos 50 minutos por Aimar, a toque de Nolito, e a vitória a chegar pelos pés do jovem espanhol pouco depois, dois grandes golos a marcar uma noite que se previa de festa.

Com mais de 40 mil adeptos nas bancadas, teria sido interessante ver a resposta das duas equipas aos melhores onzes frente a frente. Não aconteceu, mas também não foi este jogo que decidiu os eleitos para a nova temporada. Jesus já os tinha na cabeça e só não adivinha quem não quiser.

Ficha de jogo

Eusébio Cup

Estádio da Luz

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)

Assistência: 40.883

BENFICA 2

Eduardo (Artur, 46); Ruben Amorim (Ruben Pinto, 86), Luisão (Fábio Faria, 89), Garay (Jardel, 46) e Emerson (Capdevila, 46); Enzo Perez (Gaitán, 46; Urreta, 86), Javi García (David Simão, 90), Matic (Witsel, 46) e Bruno César (Aimar, 46); Cardozo (Saviola, 46; Rodrigo Mora, 86) e Jara (Nolito, 46)

Jogadores não utilizados: Nuno Coelho e Varela

ARSENAL 1

Szcesny (Fabianski, 46); Sagna (Jenkinson, 46), Djourou (Squillaci, 46), Vermaelen (Miquel, 85) e Gibbs (Traoré, 56); Rosicky (Lansbury, 65), Song (Frimpong, 46), Ramsey e Arshavin (Miyaichi, 46); Van Persie (Chamakh, 46) e Gervinho

Ao intervalo: 0-1

Marcadores: 0-1, por Van Persie (35); 1-1, por Aimar (50); 2-1, por Nolito (60)

Disciplina: cartão amarelo a Garay (39); Rosicky (22) e Vermaelen (76)