O plantel do Arouca conta com uma legião de ex-portistas, não esquecendo ainda o próprio Pedro Emanuel. Vivências para todos os gostos, estórias de sonhos, mais ou menos desfeitos, de quem um dia trocou o pequeno clube de uma vida pelo colosso azul e branco.

Foi o que aconteceu a Stephane, promissor lateral esquerdo, mas menino tímido que um dia a prospeção portista descobriu em Cabo Verde, depois de um torneio em que o rapaz do Burquina Faso deu nas vistas, em 2007.

«O presidente do meu clube na altura (Batuque FC) só me disse que ia para o Porto, mas eu não sabia para que clube, há lá vários. Só quando cheguei à sede é que percebi para onde ia. Era um sonho», começa por explicar o esquerdino, em vésperas do reencontro.

Foi no Dragão que ingressou no futebol europeu e memórias como estas não se apagam. «Fiz um ano de júnior. Tínhamos o Josué, o André André, Tengarinha, André Pinto… Foram bons tempos. Só não conseguimos ser campeões, ficámos em segundo, atrás do Sporting», desfia.

Do seu tempo, pouco resta no atual FC Porto, mas guarda um abraço especial para o roupeiro e o motorista, se os vir no domingo. «É claro que conheço a mística e vai ser bom defrontá-los. Poderia estar do outro lado? Não penso muito nisso, é passado», considera.

Depois da Invicta, Stephane conheceu Olhão, subiu de divisão, e estreou-se na Liga principal, antes de rumar ao Penafiel, sempre por empréstimo. Mais um ano, agora no Atlético, e já vai na segunda época em Arouca.

«Vai ser uma alegria reencontrar o meu primeiro clube em Portugal, vai ser um prazer. É uma equipa muito forte, sei bem como jogam, mas vamos tentar contrariar esse favoritismo», insiste o burquinabês.

«Vamos procurar pontos»

A tarefa de domingo pode ficar mais difícil ou mais fácil consoante aquilo que o Arouca conseguir apresentar em campo. É um desafio de David contra Golias, mas o pensamento positivo é um aliado do sucesso.

«Vamos procurar pontos, é o mais importante. Não vai ser fácil, mas vamos fazer tudo para procurar pontos. É verdade que é o Porto, mas temos que jogar como jogamos sempre, para tentar ganhar», promete.

«Claro que é o nosso jogo mais difícil até agora, mas o futebol é no campo, quando começa é que se vai ver. Vamos tentar jogar bem e fazer golos. Motivação temos sempre, é sempre uma grande equipa, e queremos sempre dar mais nestas alturas», acrescenta.

O facto de os portistas terem sido derrotas a meio da semana pelo Atlético de Madrid não terá grande influência, considera ainda o defesa, para quem qualquer resultado que não seja uma derrota será bem-vindo.

«Empate? Primeiro vamos procurar os três pontos, depois, se não conseguir ganhar, uma igualdade também é bom, é melhor que perder», sentencia.