João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Benfica (0-2), no Estádio da Luz, em jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal:

Foi o autogolo soltou o Benfica para a vitória?

- Ainda faltava muito jogo, o jogo até aí estava equilibrado e competitivo. A fadiga começou a acumular, conseguimos empurrar o Benfica para os corredores, mas a partir dos 65 minutos, começámos a acusar desgaste. O Puma fez uma viagem muito grande por causa das seleções, o tempo de recuperação foi muito curto. Com o autogolo e expulsão imediatamente a seguir, o jogo ficou decidido. Ainda acabamos por sofrer mais um golo, não conseguimos reagir.

Apresentou aqui uma equipa muito jovem, com uma média de idades de 22 anos. Que significado tem a forma como Famalicão jogou em casa do campeão?

- Viemos aqui para disputar a Taça de Portugal, uma competição com esta exigência, com um claro objetivo de ir à final. Estamos no campeonato com o objetivo claro de terminar no quinto lugar. Neste contexto, este tipo de jogos é uma novidade para alguns dos nossos jogadores. Temos a possibilidade de melhorar, para podermos potenciar o grupo e potenciar os jogadores.

O Famalicão entrou bem no jogo, mas acabou por deitar tudo a perder. Foi cansaço físico?

- Não me vou agarrar ao momento da fadiga, o jogo foi competitivo, foi dinâmico, mas faltou-nos depois alguma frescura para condicionar o jogo do Benfica como tínhamos feito até esse momento. Recuperamos a bola em zonas que depois não nos vão beneficiar, acaba não ser positivo. Era isso que estava a acontecer. A capacidade de manter o Benfica onde pretendíamos era muito importante, como conseguimos até aos 70 minutos. A nossa dinâmica nos corredores exige muito dos jogadores. O caso do Puma, que teve uma semana muito complicada, com uma longa viagem, é um bom exemplo. Não foi só a fadiga e a expulsão, já tivemos esta época situações em que perdemos jogadores e conseguimos dar resposta.

O que pensou naqueles cinco minutos em que houve um autogolo, uma expulsão e mais um golo?

- Normalmente, quando estou no banco, estou a lamentar a forma como os jogadores estão a sofrer no campo e não consigo ajudá-los. Procuro fazê-los acreditar uma fórmula para podermos ganhar. Depois do segundo golo dificilmente podíamos ganhar e lamento isso por eles. Custa-me não conseguir ajudá-los lá dentro.

O Henrique Araújo ainda não marcou pelo Famalicão, o que está a faltar? Hoje até era um jogo especial para ele…

- Todos sabíamos que ia ser um jogo especial para ele. A forma como o Henrique trabalha deixa-nos completamente à vontade. Sabíamos qual era a resposta que ele ia dar. Ele sabe que o treinador gostava que ele marcasse golos, mas para mim não é um problema. Para o Henrique se sentir realizado, como qualquer avançado, tem de marcar, mas estou muito satisfeito pela fora como ele trabalha e ajuda a equipa.