O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, garantiu esta quinta-feira, apesar de ter analisado os diferentes jogos do Benfica, adversário da 7.ª jornada da I Liga na sexta-feira, que a única derrota caseira da época dos encarnados, ante o Salzburgo, para a Liga dos Campeões, não lhe deu nenhum indicador ou sinal diferente na preparação para o clássico.

Com Conceição ao comando, o FC Porto venceu quatro vezes na Luz para o campeonato, empatou uma e perdeu outra e, no lançamento de mais um duelo com as águias, o técnico dos dragões sublinhou que as equipas, os momentos e as competições são distintas.

«Olhei para esse jogo, gosto de futebol e faz parte da preparação do jogo de amanhã olhar para todos os jogos, ou grande parte deles. As equipas são diferentes, os momentos são diferentes, a prova é diferente. Não vou tirar nenhuma nota porque o Salzburgo ganhou na Luz. Não faz parte. Agora, olho para o jogo e vejo alguns comportamentos do nosso adversário de amanhã, o que é importante levar para treino e para trabalharmos e olhando individualmente porque o Benfica também ficou em inferioridade numérica, assim como no jogo com o Boavista. Olhámos o comportamento da equipa e os jogadores nas diferentes situações e momentos do jogo», referiu Conceição, em conferência de imprensa.

Sobre as diferenças para o jogo da Supertaça, em que o Benfica ainda não tinha Trubin na baliza e o FC Porto não tinha ainda nomes como Alan Varela ou Iván Jaime, Conceição diz que não é possível «prever o que vai acontecer». «Temos de estar preparados para os diferentes momentos desse jogo e, nesse sentido, dar o nosso máximo. Depois, o jogo tem a sua história, caminho e percurso, dependendo disso. Vai ser um clássico, um jogo sempre difícil, perante o campeão nacional. Temos esse respeito, mas também a ambição de ir à Luz ganhar o jogo», afirmou, relativizando ainda os valores e os investimentos nos plantéis de cada clube.

«Vale o que vale, os plantéis são importantes, mas termos garantias de sermos competitivos em todas as provas é o mais importante. Se olharmos para isso, as equipas que têm orçamentos mais baixos - e nós temos defrontado algumas neste início de época - não têm a ambição nem a vontade de nos ganhar? Não é isso que se vê, por isso acho que conta pouco», prosseguiu, garantindo que o trabalho emocional é menor «nos grandes jogos».

«Fico preocupado é quando sabemos que o campeonato é uma prova de regularidade. São 34 jornadas, depois deste jogo temos mais 26 a fazer, por isso não nos adianta estar muitíssimo bem num jogo e, nos outros jogos, isso não acontecer. Agora, a estratégia faz parte, o plano de jogo faz parte do que é o nosso trabalho durante a semana. Esse passado recente não conta nada para o jogo de amanhã. O jogo ganha a sua vida, dependendo do que fizermos nesse jogo. Por isso, trabalhar bem, prepararmo-nos bem, termos a humildade suficiente para perceber que, do outro lado, está o campeão nacional e tem jogadores de altíssimo nível. Nós também os temos e queremos muito ganhar mais um jogo, mais uma batalha, para que no final esses jogos e essa importância seja visível nos títulos conquistados, neste caso o campeonato nacional», respondeu, falando também do que espera do Benfica e recordando, nesse sentido, a Supertaça (derrota por 2-0).

«O nosso trabalho é esse, prepararmo-nos da melhor forma. Nesse jogo da Supertaça, o último em que defrontámos este rival, houve duas partes distintas, por mérito do adversário, mas também demérito nosso e temos de estar preparados para essas duas situações. Faz parte do nosso trabalho. Eu penso, acho que o Benfica não é só na dinâmica que tem em posse, quando tem bola, não é só uma equipa de boa qualidade a ligar o jogo e os jogadores a associarem-se de forma a criar dificuldades ao adversário, mas também quando joga de forma mais direta, utiliza bem os avançados, é uma equipa perigosa. Temos de estar preparados, existem outros momentos que preparámos e cabe-nos meter em campo esse plano de jogo e essa estratégia, quando temos bola e quando não a temos. Não podemos esquecer que há uma bola e é preciso correr de forma organizada com essa tal intensidade e agressividade, que faz parte da nossa base, para depois conseguir o melhor resultado possível e esse resultado será a vitória», analisou.

O Benfica-FC Porto está agendado para as 20h15 de sexta-feira, tem arbitragem de João Pinheiro e pode ser seguido, ao minuto, no Maisfutebol.