O turbulento campeonato do FC Porto em 2023/24 já era aquele em que os dragões mais pontos tinham perdido desde o início da era Sérgio Conceição.

E a derrota caseira ante o Vitória de Guimarães (1-2), a sexta na Liga, acentuou a má temporada realizada pelos azuis e brancos, que não perdiam tantos jogos numa edição da prova desde 2015/16.

Nessa época, os dragões, que tiveram Julen Lopetegui, o interino Rui Barros e José Peseiro como treinadores, fecharam o campeonato com sete derrotas, três das quais em casa. Sporting, Tondela e Arouca foram os responsáveis pelos dissabores, todos na segunda volta.

Esta temporada, os dragões têm a lamentar seis derrotas no campeonato, duas em casa, ante Estoril (0-1) e Vitória de Guimarães. No total, já lá vão 26 pontos desperdiçados, um recorde na era Conceição. E ainda está a contar.

Desde 15/16 que o FC Porto não perdia tantos jogos oficiais. Esta época já são 11 – três na Liga dos Campeões, seis na Liga, uma na Supertaça e outra na Taça da Liga – menos três desaires, ainda assim, face a 15/16.

Quanto a duelos no Dragão com os «conquistadores», o Vitória não triunfava desde agosto de 2018, quando André André, Tozé e Davidson edificaram uma noite feliz para os vimaranenses (2-3). Era a terceira jornada da Liga e nos bancos estavam Sérgio Conceição e Luís Castro.

Aproxima-se a maior diferença para o líder na era Pinto da Costa

Desde 1982, quando Jorge Nuno Pinto da Costa chegou à presidência do FC Porto, a maior distância entre os dragões e o líder, no fecho da Liga, aconteceu na época 2015/16, quando o Benfica completou o tricampeonato, com 88 pontos. Os dragões anotaram 73.

Esta temporada, o FC Porto segue a 13 pontos do líder Sporting (com quem ainda vai jogar, no Dragão), numa altura em que soma 58, a seis jornadas do término da prova.

Os azuis e brancos têm o quarto e quinto classificados à distância de dois pontos. Nunca na presidência de Pinto da Costa acabaram fora do pódio e é preciso recuar até 1975/76 (4.º) para encontrar pior do que isso. À data, os triunfos contavam dois pontos.

A (potencial) mais pálida temporada para Conceição no FC Porto

Quanto ao treinador dos portistas, a época com menos triunfos foi registada em 2020/21, quando, em 53 jogos, o FC Porto venceu 36.

Esta temporada, ao cabo de 29 vitórias em 44 partidas, Conceição tem pela frente seis jornadas da Liga, a segunda mão da meia-final da Taça de Portugal e, talvez, a final da Prova Rainha.

Como tal, o técnico poderá até superar o registo menos conseguido. Para tal, terá de arrecadar todos os jogos e conquistar a Taça de Portugal. Se tal acontecer, Conceição «estacionará» entre o registo de 20/21 – 36 vitórias em 53 jogos – e o registo na época de estreia em 17/18, com 38 triunfos em 52 possíveis.

Em sentido contrário, a época com mais triunfos ficou completa há um ano, com 44 vitórias em 56 encontros.

No que diz respeito ao rácio de golos na Liga, o FC Porto está longe da sua melhor versão ofensiva, traço primordial da ideia implementada por Sérgio Conceição. O melhor registo foi conseguido em 2021/22, com 86 golos marcados.

No entanto, com seis jornadas por jogar, os dragões levam, apenas, 51 golos. Antes, a época menos prolífera havia sido 2022/23, com 73 golos.

Quanto à defesa, o pior registo na era Conceição, no campeonato, aconteceu na época 2020/21, quando o FC Porto sofreu 29 golos. Por agora, são 21 os encaixados por Diogo Costa (20) e por Cláudio Ramos (1).