André Villas-Boas garantiu esta terça-feira que continua a trabalhar na criação de um novo centro de treinos no Olival, em Vila Nova de Gaia, que acredita ser sem dúvida a melhor opção para o futuro do FC Porto.

«A Academia da Maia não passa de uma utopia e de um chorrilho de mentiras», afirmou o candidato à presidência, referindo que «não há máquinas no terreno, nem obras a começar», como prometeu Pinto da Costa, antes de explicar o que pretende fazer com o seu projeto.

«É uma opção melhor em termos de operacionalidade e logística, mas também de rapidez e custo de construção da obra. Poderá estar pronto dentro de dois anos. Teremos de recorrer a financiamento e lançaremos a concurso quando esta direção tomar posse», disse Villas-Boas durante uma sessão de esclarecimento na sua sede de candidatura.

Pela primeira vez, o antigo treinador dos dragões detalhou, em traços gerais, o que espera construir no Olival, num centro de treinos para as equipas profissionais, deixando o atual centro de estágios na mesma freguesia destinado à formação do clube.

«É um terreno acima dos 30 mil metros quadrados, que permite cinco campos de futebol, mais hotel de estágios, um pavilhão para as modalidades e uma bancada de apoio para jogos da equipa B, da equipa de juniores e, eventualmente, do futebol feminino, quando conseguirmos avançar com esse projeto.»

O candidato à presidência do FC Porto adiantou que para ele só faz sentido pensar num conceito de unidade, em que o centro de alto rendimento profissional esteja junto à formação do FC Porto, referindo acreditar que a viabilidade do projeto é total.

«Continuamos ativos e esperamos mostrar o conceito ainda este mês ou no próximo aos sócios. Já reunimos com a Gaiurb (empresa municipal), vamos reunir com a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e vamos ver se o nosso entendimento relativamente a uns cursos de água, que em nosso entender não compromete a viabilidade do projeto.»

Em relação à academia da Maia, que Pinto da Costa prometeu, bem como aos negócios de antecipação de receitas de TV e ao acordo com um parceiro comercial para a exploração do Estádio do Dragão, que a atual direção anunciou recentemente, Villas-Boas afirmou a sua crítica. «É com preocupação que vemos decisões estruturantes tomadas em cima do ato eleitoral. Não sei se prevarica com a moralidade e a ética tomar estas decisões nesta fase, mas há um respeito que era devido aos sócios. Seria digno para todos deixar para a próxima direção.»