Primeiro foi Maciel, agora Ferreira. A U. Leiria continua a sua politica de desinvestimento, assumindo que já não tem hipóteses de evitar a descida de divisão, e formalizou nesta terça-feira a rescisão amigável de contrato (terminava no final da época) com o único ponta-de-lança de raiz que tinha no plantel depois da venda de João Paulo.
O próprio jogador confirmou ao Maisfutebol a saída e justificou-a com a necessidade de aproveitar um acordo bom para as duas partes: «Está tudo acertado. Era algo que já queria há algum tempo e, como já não há solução para a equipa, entendemos que era o melhor. Assim, não preciso de esperar até Agosto para jogar num novo clube, porque posso aproveitar as últimas semanas de mercado no Brasil e também foi bom para o Leiria porque irá poupar o dinheiro que teria de me pagar até final do contrato.»
O avançado brasileiro aproveitou a tarde desta terça-feira para passar pelo treino, recolher alguns objectos pessoais, e despedir-se dos agora ex-colegas. «Saio, logicamente, chateado e triste pela descida da equipa. Apesar de ter chegado a meio da temporada, é como se tivesse estado aqui desde o início do Campeonato. Ninguém esperava uma coisa destas», admite.
Na hora do adeus, Ferreira faz um balanço muito positivo da passagem por Portugal (Farense, V. Guimarães, Beira Mar, Gil Vicente, Nacional e U. Leiria) e acredita que poderá voltar ao nosso país. «Tudo aquilo que obtive no futebol, e não falo apenas em termos financeiros, mas do nome que criei, devo-o a Portugal. Se fizer uma boa época no Brasil, acredito que posso regressar, até porque este país é a minha segunda casa», confessa, enquanto sublinha que o retorno ao seu anterior clube, o Ipatinga, é apenas uma possibilidade, entre outras.

Esteve a um passo do Sporting

Entre as melhores recordações que guarda da sua estadia em terras lusitanas está a época que passou no Gil Vicente (03/04), pelo seu recorde de golos no Campeonato (13), mas sobretudo a primeira (01/02), em Faro, mesmo com tantas dificuldades. «Era muito novo e aprendi muito», recorda, deixando escapar uma pequena mágoa por não ter tido oportunidade de representar um grande: «Houve a possibilidade de ir para o Sporting, por empréstimo, numa altura em que ficaram sem o Niculae, mas, apesar de o mister Boloni me querer, o Farense só admitia vender-me...»