A proibição de partilha de passes de futebolistas com terceiros(TPO) entra em vigor esta sexta-feira.

A medida, que já tinha sido anunciada pela FIFA há cinco meses, prevê duas exceções: os acordos já existentes podem ser mantidos até ao fim do prazo e os acordos celebrados entre 1 de janeiro e 30 de abril deste ano estarão limitados à duração máxima de um ano.

A norma proíbe que empresários e grupos possam deter parte dos direitos económicos dos jogadores e tem sido fortemente criticada pelas ligas portuguesa e espanhola, que avançaram com queixas à Comissão Europeia.

Também Jorge Mendes, empresário português que representa Cristiano Ronaldo considera a medida «totalmente ilegal» e que esta pode desencadear implicações graves no futebol nacional. «Um fundo é apenas a necessidade de um clube se financiar. Toda esta imagem que se criou em torno desta história não tem sentido nenhum», disse empresário, citado pela agência Lusa.

Recorde-se que o Sporting foi o único dos chamados três grandes do futebol português a congratular-se com a medida que entra a agora em vigor. O clube de Alvalade iniciou no verão um braço de ferro com o fundo Doyen, com quem rescindiu unilateralmente todos os contratos depois de uma polémica em torno da transferência do defesa argentino Marcos Rojo para o Manchester United.

Tanto Benfica como FC Porto já se manifestaram contra esta nova norma que, entendem os dois clubes, serve os interesses dos clubes mais ricos e dos multimilionários que procuram investir no futebol.

Segundo um estudo de 2013 realizado pela consultora KPMG, a influência dos fundos de investimento na liga portuguesa andava entre os 27 e os 36 por cento, o que representava um valor entre os 231 e os 303 milhões de euros. Ainda segundo o mesmo trabalho, Portugal era o país europeus que mais recorria a fundos para a aquisição de atletas. Entre 40 e 70 jogadores tinham os passes dispersos.