Frederico Gil foi melhor do que James Blake no primeiro set e o norte-americano inverteu os papéis no segundo. Na terceira partida, as diferenças que existem entre o ténis do º 16 e do 68º do ranking conseguiram ser postas em court pelo antigo nº 4 do mundo. No final, venceu o mais cotado, mas ficou (muita) sensação de que poderia ter sido não exactamente assim. O próprio Frederico Gil mostrou ter isso na mente. «Não o consegui, mas estive no caminho», foi uma das reflexões que partilhou na conferência de imprensa.

E outra foi a satisfação deste encontro apesar da derrota. «Estou contente pela minha prestação. Voltei a fazer um bom jogo, continuo no caminho em que tenho vindo a trabalhar», afirmou o melhor tenista português de sempre frisando que «foi pena ter perdido» e estar «triste por não continuar em prova», mas sublinhando de novo estar «contente pela prestação».

Blake deixou de arriscar...

Foi uma vitória da persistência de quem estava jogar melhor no primeiro set, pois, em três jogos de serviço de Blake que Gil pôde quebrar, só ao terceiro conseguiu ficar com um break à maior. E no seu jogo de serviço seguinte não perdeu também a hipótese de fechar a primeira partida e festeja com muita garra perante os cerca de 5 mil espectadores que quase lotaram o Court Central.

Mas do outro lado está não só um jogador mais forte, como mais experiente. A Blake bastou o primeiro break point de que dispôs para fechar o segundo set. «O Blake deu dois passos atrás a partir do momento em que perdeu o primeiro set e já não arriscou tanto. Arriscou mais pela certa. Acabou por meter a direita e com muita consistência. Tem mérito também pela inteligência», disse Gil.

...e depois de falhar

Na partida decisiva, o norte-americano já não falhou. Não só não cometeu erro praticamente nenhum, como marcou sempre de forma implacável no marcador as falhas do português. Quando aproveitou os break points criados por uma dupla falta de Gil para se colocar a ganhar 3-0. O treinador do português João Cunha e Silva, afirmou que «Blake conseguiu diminuir o grau de erro sem perder acutilância no terceiro set» e que isso «foi a chave do jogo quando ele chegou ao 3-0».

«O Blake não deu muitas hipóteses que não se jogasse o seu jogo. Mas como o Frederico já disse, ele está em 16º lugar do ranking e há que ter respeito por isso», afirmou Cunha e Silva. Com os ânimos mais assentes na terra (sobretudo pelo público ávido de uma vitória portuguesa), Frederico Gil reconheceu que «as expectativas eram altas pelos resultados» que têm acontecido e que lhe cabia procurar o seu nível: «Acho que o consegui.» «Apesar de tudo estive muito perto. Não o consegui [vencer], mas estive no caminho», garantiu.