O FC Porto encerrou a participação na Taça da Liga com um triunfo sobre o Leixões, na derradeira partida da fase de grupos da prova. Ainda que as contas do grupo estivessem fechadas, com o Estoril a seguir para as meias-finais, mais de 30 mil adeptos visitaram o Estádio do Dragão na noite deste sábado.

Sérgio Conceição mexeu em nove unidades em relação ao clássico de Alvalade, apostando no jovem João Mendes como lateral, e fazendo descansar jogadores como Eustáquio.

À passagem do sexto minuto cheirou a golo no Dragão, quando Stefanovic facilitou perante Namaso. O avançado inglês intercetou o alívio do guardião, mas, na cara do golo, viu o remate ser defendido para canto. Pouco depois surgiu o primeiro momento de festa dos portistas, pois, na sequência da bola parada, Namaso serviu Francisco Conceição, que, no coração da área, não perdeu oportunidade de inaugurar o marcador. Foi o quarto golo da época para o “baixinho” dos dragões.

Na resposta, o Leixões acelerou a construção ofensiva, sobretudo pelo meio, e aproveitou alguma passividade – e até nervosismo – da defesa contrária. Numa das primeiras vezes que visitou a grande área dos anfitriões, o conjunto de Matosinhos conquistou um penalti, depois de Grujic empurrar Adriano Amorim pelas costas. Na marca dos 11 metros, Fabinho não tremeu e assinou o empate. O relógio marcava 14 minutos.

A jogar pela honra nesta derradeira jornada da Taça da Liga, os dragões reforçaram o controlo da partida. Com o Leixões apostado numa defesa à zona, os azuis e brancos iam trocando a bola com liberdade, ainda que sem vias para acelerar pelas alas.

Nos escassos momentos de permeabilidade leixonense nas laterais, o FC Porto esteve próximo de novo golo. Foi o sucedido aos 20 minutos, quando João Mário serviu Namaso, mas o avançado voltou a ser travado por Stefanovic.

Em cima do intervalo, e já sem Wakaso em campo – expulso depois de receber o segundo cartão amarelo – foi a vez de Grujic testar os reflexos do guardião compatriota. Desta feita pela esquerda, Romário Baró cruzou, o médio sérvio desviou subtilmente com a cabeça, mas Stefanovic voltou a fechar os caminhos da baliza.

Ao intervalo prevalecia o empate, sobretudo por demérito dos dragões, nitidamente agitados pela vontade de voltar à frente do resultado. Os comandados de Sérgio Conceição acamparam junto à área contrária, descurando as unidades recuadas. Atentos e rápidos, os “bebés do mar” aplicaram contra-ataques em superioridade numérico. Para descanso das hostes portistas, houve Baró e Zé Pedro para contrariar o ímpeto dos adversários.

Stefanovic só não travou Taremi

Ao intervalo, Pedro Ribeiro apostou em Zagbadyou, médio defensivo, em detrimento de Fabinho, já amarelado. Era um sinal evidente de que o Leixões reforçaria a defesa à zona, assim como a linha mais recuada.

Por sua vez, o FC Porto – que manteve o ritmo controlador – mudou a abordagem ofensiva, definindo com mais calma os passes adiantados. Ainda assim, os 71% de posse de bola não significavam abundância de oportunidades de golo. Pelo contrário. Por isso, à hora de jogo, Sérgio Conceição apostou na velocidade de Wendell, Galeno e Evanilson, que renderam João Mendes, Romário Baró e Grujic. Minutos depois, Conceição apostou em Taremi, em detrimento de João Mário. Era o espelho do FC Porto lançado no ataque, para evitar dar aos adeptos um amargo brinde natalício.

Foi uma mera de questão de minutos até as oportunidades, por fim, surgirem. À boleia de Wendell, Evanilson e – o sempre inconformado – Francisco Conceição, os dragões ameaçavam o 2-1.

Como prometeu na antevisão Pedro Ribeiro, os seus jogadores lutariam por cada lance, de olhos no triunfo. Confirmou-se a promessa do técnico. Uma vez que os portistas estavam lançados no último terço do ataque, os “bebés do mar” não pediram permissão para contra-atacar, ou para secar – até com recurso a faltas – o ímpeto azul e branco.

Todavia, num contra-ataque mal delineado, os anfitriões dispararam na direção da baliza contrária e, à boca do golo, Evanilson foi derrubado por Bulgado. Numa baliza pródiga em penaltis esta noite, Taremi assinou o 2-1 para o FC Porto.

A festa do golo do iraniano foi seguida pelo nascimento de uma constelação nas bancadas do Dragão, entre cânticos natalícios, que durou até ao derradeiro apito. Os portistas fecham a participação nesta edição da Taça da Liga com três pontos, enquanto o Leixões sai da prova sem pontos.

Antes de fechar 2023, FC Porto e Leixões ainda jogam para os respetivos campeonatos, a 30 de dezembro. Os azuis e brancos recebem o Chaves. Por sua vez, o conjunto de Matosinhos recebe o Aves SAD.