Os Estados Unidos e o Canadá estão preocupados com a «viabilidade» da indústria automóvel, disse o ministro canadiano das Finanças, Jim Flaherty, apelando aos sindicatos do sector para fazerem as concessões necessárias para o sucesso dos planos de reestruturação.

O sindicato de trabalhadores do sector automóvel do Canadá disse estar disposto a fazer concessões, desde que haja negociações com a subsidiária canadiana da General Motors, uma construtora norte-americana do sector de grande peso, para ajudar a empresa a reduzir os custos, escreve a Lusa.

Flaherty disse, depois de um encontro com o conselheiro económico de Barack Obama, Larry Summers, em Washington, que «é preciso encontrar uma solução integrada entre os três grandes fabricantes automóveis», referindo-se à General Motors, Ford e Chrysler.

«Quais são as necessidades a que temos de responder? Qual é a previsão razoável de vendas de viaturas nos dois países para este ano? Que concessões estão os sindicatos dispostos a fazer para aumentar a competitividade salarial e social?», afirmou Flaherty, numa conferência de imprensa na Embaixada do Canadá, em Washington.

Trabalhadores dispostos a respeitar os compromissos

O presidente do sindicato mais representativo do sector (TCA) no Canadá disse que os trabalhadores estão «dispostos a respeitar os compromissos assumidos», acrescentando, no entanto, que «se a General Motors for demasiado exigente nos seus pedidos, vai ter um problema».

A construtora norte-americana anunciou hoje a possibilidade de uma liquidação, se Washington rejeitasse o pagamento de milhões de dólares que estão prometidos e se as linhas de crédito continuarem fechadas.

A General Motors recebeu já 13,4 mil milhões de dólares (10,6 mil milhões de euros) do governo norte-americano mas, no mês passado, voltou a pedir mais 22,6 mil milhões de dólares (quase 18 mil milhões de euros).

O sindicalista considera que a General Motors «pode sobreviver mas apenas se contar com a intervenção do governo», acrescentando que também a Ford já estava vulnerável antes da eclosão da crise mundial.

Na terça-feira, a Chrysler anunciou a supressão de cerca de 1.200 postos de trabalho na fábrica de Windsor, na província canadiana de Ontário.