Nome: Hilário da Conceição

Data de nascimento: 19/03/1939 (Maputo)

Posição: defesa esquerdo

Nacionalidade: portuguesa

Internacionalizações: 40

Período de actividade: 1958-1971

Clubes representados: Atlético Clube (Moçambique), Sporting Lourenço Marques (Moçambique) e Sporting

Principais títulos conquistados: 3 campeonatos nacionais (1961/62, 1965/66 e 1969/70), 2 Taças de Portugal (1962/63 e 1970/71) e uma Taça das Taças (1963/64) 

Hilário da Conceição é uma das pérolas oferecidas pelas ex-colónias portuguesas aos clubes de Lisboa e à selecção nacional nas décadas de cinquenta e sessenta. Nasceu a 19 de Março de 1939, na antiga Lourenço Marques (Maputo). Começou a jogar aos 13 anos no Atlético Clube e era ainda júnior quando se transferiu para o Sporting de Lourenço Marques onde jogou com Eusébio. Chegou a representar a selecção de Moçambique num encontro particular com o Ajax quando a equipa holandesa fez uma digressão por África. 

Em Agosto de 1958 chegou a Lisboa para assinar contrato com o Sporting e, desde logo, conquistou o seu espaço entre os «leões» chegando rapidamente à titularidade na equipa principal. Apenas um ano depois vestia, pela primeira vez, a camisola da selecção portuguesa. Uma ascensão fulgurante.  

Até 5 de Outubro de 1971, data do seu último jogo oficial com a camisola verde e branca, efectuou 288 jogos para o campeonato nacional, que conquistou por três vezes (61/62, 65/66 e 69/70), 82 jogos para a Taça de Portugal, que venceu por duas vezes (62/63 e 70/71), somando um total de 602 partidas, juntando aquelas que disputou em jogos particulares, na UEFA e nas selecções. 

Fez grande parte da campanha que levou o Sporting à conquista da Taça das Taças, o único troféu europeu conseguido pelos «leões», em 1963/64. No entanto, um azar afastou Hilário da final, disputada em Bruxelas com os húngaros do MTK. Poucos dias antes, o Sporting tinha antecipado para a noite de sábado o jogo com o Vitória de Setúbal e o lateral esquerdo, num lance de infelicidade, contraiu uma grave lesão: fractura dupla, tíbia e peróneo. Hilário seria rendido por Morais na final disputada no antigo Estádio de Heysel. 

O Sporting empatou (3-3) mas, dois dias depois, venceu (1-0) em Antuérpia, com um golo marcado precisamente por Morais na marcação de um pontapé de canto directo. Na chegada a Lisboa, os jogadores do Sporting fizeram questão de, em primeiro lugar, passar por casa de Hilário, na Alameda das Linhas de Torres, para que o lateral esquerdo também pudesse beber o champanhe da vitória pelo troféu conquistado.  

Hilário participou em 43 jogos das competições europeias sendo o terceiro jogador do Sporting mais utilizado depois do guarda-redes Damas e do avançado Manuel Fernandes. 

Despediu-se do Sporting a 5 de Outubro de 1971, numa festa a que se associou o então ministro da Educação, Veiga Simão, que tinha estado em Moçambique como reitor da Unversidade. Hilário da Conceição chegou ao final da carreira como um dos grandes símbolos do Sporting na década de 60, em que conseguiu conquistar todos os títulos que o clube disputou. 

Fez ainda carreira na selecção nacional, que chegou a capitanear por seis vezes, somando 40 internacionalizações com particular destaque, naturalmente, para a campanha no Mundial-66 onde foi indiscutível titular. Representou ainda a selecção B por uma vez e a selecção militar por 12 ocasiões. Em 1973 ainda fez parte de uma selecção da FIFA numa homenagem a Eusébio. Foi distinguido com a medalha de Ouro ao Mérito da Federação Portuguesa de Futebol. 

Como treinador, Hilário nunca se conseguiu afirmar inteiramente, embora tenha obtido bons resultados no Sp. Braga e no Recreio de Águeda. Treinou ainda o Marítimo, Leixões, Sp. Covilhã, Ac. Viseu, Sanjoanense, Lusitânia, Praiense, Ferroviário de Moçambique e Maxaquene. Em 1993 regressou ao Sporting integrado na equipa técnica de Carlos Queirós.