Ricardo Soares, treinador do Gil Vicente, na sala de imprensa, após vitória por 4-0 frente ao Famalicão:

«Hoje, perante uma equipa com tanta qualidade, que tem um excelente treinador, era um grande desafio para nós não fugir ao nosso registo. Só estando a um grande nível é que conseguíamos fazer, essencialmente, uma grande primeira parte como fizemos. A segunda não foi tão boa porque há uma reação, mas estivemos sempre equilibrados e acabamos por marcar mais um golo.

[a exibição roçou a perfeição?] A primeira parte foi, efetivamente, bem conseguida. Temos vindo a fazer jogos com grande qualidade, ainda frente ao Moreirense, mas não se atingiu o objetivo. Hoje fomos mais eficazes, mas temos vindo a fazer bons jogos. Penso que não têm dado o devido merecimento a esta equipa porque privilegiamos o futebol de qualidade, que possa ir e encontro às pessoas que pagam o bilhete, sabemos que não vamos ganhar sempre, mas queremos colocar em prática esta identidade. Hoje foi, de facto, um jogo a roçar a perfeição.

[exibição de Aburjania] Há um processo de jogo que é inalterado. Hoje não tínhamos três jogadores que costumam jogar mais vezes, mas o processo está lá. Ninguém fica de fora do processo e os jogadores sabem o que a equipa espera deles. O Aburjania é um jogador mais tecnicista, não é um pivô defensivo, é um oito que nós tentámos transformar num seis. Fez um excelente jogo.

[se fosse um mero espetador, gostava de ver o Gil Vicente a jogar?] Eu digo de outra forma, dá-me prazer ver os jogadores felizes dentro do campo. Se fosse adepto, hoje ficaria extremamente feliz e nós jogamos para eles. Esta pandemia tem sido cruel com os adeptos, fazem testes e outros sacrifícios para estarem cá. Para mim é um orgulho sentir a alegria dos adeptos. Lutamos para fazer estes jogos, mas nem sempre as coisas correm como planeamos. O Gil Vicente tem jogado sempre assim, mas os resultados nem sempre acompanham a exibição».