Entrada avassaladora da Mannschaft no Mundial. Segura, dominante, convincente, marcou quatro golos a uma decepcionante Austrália e protagonizou a primeira goleada do certame. Mais do que isso, provou ter estofo de sério candidato ao ceptro planetário, com Lukas Podolski e Miroslav Klose em grande forma, devidamente acompanhados pelo maestro Mesut Ozil.

Naquele futebol irritantemente simples, robótico e viperino, a Alemanha edificou um triunfo sem mácula. O rolo compressor não poupou a manta de retalhos australiana, a viver uma verdadeira Primavera de destroços.

FICHA DE JOGO

AO MINUTO

Honra aos vencedores. Tendo por base uma movimentação assertiva, devidamente compassada, a equipa de Low inaugurou o marcador aos nove minutos, por Lukas Podolski. O melhor jogador jovem do Mundial de 2006 provou que o aparente passo atrás na carreira, ao trocar o Bayern pelo Colónia, só lhe fez bem.

Extremamente consciente, a equipa germânica trocou sempre bem a bola, explorou as faixas laterais - especialmente a direita, onde Lahm e Muller combinaram na perfeição - e fez mais um golo antes do intervalo: cruzamento de Lahm, precisamente, e finalização de Klose com a cabeça, perante um atrapalhado Mark Schwarzer.

Klose fez o seu 11º golo em Mundiais e está apenas a quatro do recordista Ronaldo. O ponta-de-lança do Bayern marcou golos já em três Campeonatos do Mundo: 2002, 2006 e 2010.

De mal a pior: Austrália perde Tim Cahill

De mal a pior ou a afamada Lei de Murphy. A Austrália agonizava, tentava apenas organizar-se, quando sofreu um golpe rude na sua estabilidade. O árbitro mostrou o cartão vermelho directo a Tim Cahill, ainda no início da segunda parte, e eliminou qualquer tentativa de reacção dos Socceroos.

A decisão, excessiva, vai privar a equipa de Pim Verbeek do seu melhor executante no(s) próximo(s) jogo(s). Mais uma dor de cabeça, entre outras, para uma selecção que prometia poder fazer melhor do que os oitavos-de-final de 2006.

A partir daqui tornou-se penoso contemplar a supremacia germânica. Fez mais dois golos em dois minutos (68 e 70) e depois limitou-se a passear esfusiante a evidente supremacia. Thomas Muller, num excelente lance individual, e Cacau, na primeira vez em que tocou na bola, inscreveram o respectivo nome na lista de marcadores deste Mundial.

Manuel Neuer merece elogios

A Alemanha merece mais algumas notas. Principalmente o guarda-redes Manuel Neuer, que em condições normais seria a terceira opção para a baliza. Aos 24 anos foi lançado às feras e correspondeu com uma tranquilidade assinalável.

Muito bem estiveram também os dois homens do meio-campo, Khedira e Schweinsteiger. Assumiram o controlo e gestão da bola desde o início, aproveitaram a postura anormalmente passiva dos contrários e sustentaram com inegável qualidade o talento dos colegas mais adiantados.

Esta Alemanha não tem nenhum génio da bola, é certo, mas tem o culto da vitória. E isso é sempre um bom ponto de partida.

Classificação do GRUPO D

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