Do céu ao inferno, no espaço de meia hora. Harison conheceu o doce sabor de marcar ao Benfica e estar prestes a eliminá-lo da Taça de Portugal, mas também o reverso da medalha ao ser expulso, numa decisão de Lucílio Baptista que classifica de absurda e injusta. «Os grandes prejudicados foram o U. Leiria e eu, que agora não posso defrontar o FC Porto, na sexta-feira», afirma, desgostoso, o criativo da equipa do Lis.
O jogo até lhe estava a correr bem. Apontara o golo que fizera tremer a Luz e, apesar da reviravolta «encarnada» no marcador, ainda não tinha atirado a toalha ao chão. Até que, num lance com Petit, o árbitro de Setúbal se terá deixado iludir pelo aparato e resolveu mostrar-lhe o cartão vermelho, deixando o brasileiro estupefacto. «Ainda se eu tivesse esbarrado no jogador do Benfica, mas eu nem lhe toquei! A expulsão foi de uma injustiça total e deixou-me bastante indignado. Logo eu, que procuro jogar à bola e não sou violento. Penso que foi um erro grotesco do juiz, que não pode voltar a repetir-se», desabafa Harison ao Maisfutebol.
O jogador do Leiria diz que ainda tentou perguntar ao árbitro que mal teria feito para ser expulso, mas não obteve resposta: «Não me deu qualquer justificação e eu preferi sair sem mais problemas. O Rui Costa ainda tentou consolar-me, dizendo que o mal já estava feito e não adiantava reclamar. De qualquer forma, volto a repetir que foi uma decisão absurda e sem cabimento, que só mancha a imagem da arbitragem portuguesa.»
Curiosamente, Harison até tem boa impressão dos árbitros portugueses. «No geral, acho que são muito bons e correctos. Os erros acontecem em qualquer lado. Em Inglaterra, por exemplo, vê-se cada coisa¿ A diferença é que aqui dá-se muita importância a isso, quando acontece com os grandes. Neste caso, penso que foi um erro isolado, embora grave. Tenho a certeza que ele nem viu o lance e foi no engodo da torcida», afiança, temendo apanhar dois jogos de castigo: «Espero que não aconteça, porque será um absurdo ainda maior.»
Ganhar ao F.C. Porto a torcer da bancada
Sem outra solução se não demonstrar a sua indignação, Harison sabe que irá ver o próximo jogo, com o F.C. Porto (sexta feira à noite), da bancada. «Agora não adianta reclamar. É preciso esfriar a cabeça, pensar em trabalhar e esquecer. Vou ficar a torcer pelos meus companheiros. A equipa está moralizada, tem vindo a jogar bem e tenho a certeza de que, comigo ou sem mim, vamos ganhar ao F.C. Porto», sustenta, pleno de convicção, o médio-ofensivo leiriense.