Entre jovens promessas e quase certezas, alguns já conhecidos de boa parte dos adeptos, foram vários os jogadores que se destacaram no clássico dos bês entre FC Porto e Benfica, que terminou com triunfo dos dragões (3-1), mais líderes da II Liga, completada que está a primeira volta.

Começando pela frente e pelo FC Porto, André Pereira esteve no sítio certo aos 18’, inaugurando o marcador, e teve um par de boas ocasiões para anotar o seu nome na lista de marcadores, mas acabou por desperdiçar. Não foi, ainda assim, tão perdulário como Galeno, que surgia invariavelmente bem nas costas dos defesas encarnados, mas foi falhando uma ocasião atrás de outra, fazendo o golo aos 83’, numa grande penalidade que ele próprio sofreu.

Nas costas deste duo de avançados, talento puro. O argentino Fede Varela é uma espécie de Óliver série B: um jogador refinado, com critério de passe, inteligentíssimo na leitura de jogo.

Porém, o grande destaque na equipa portista vai para Diogo Dalot. O lateral jogou sobre o flanco esquerdo do meio-campo (no esquema 3-4-1-2 de António Folha) e esteve sempre em jogo, até ser expulso por cometer uma grande penalidade sobre Jota aos 79’.

O que fez antes disso foi quase sempre bem feito. Foi o autor do segundo golo portista aos 36’, fez a assistência para o primeiro, aos 18’, e esteve permanentemente em jogo, tanto a integrar-se no ataque, como em missão defensiva, a fechar o seu corredor.

Recuando até à defesa, Diogo Leite e Jorge Fernandes estiveram quase sempre irrepreensíveis no eixo e atrás deles Diogo Costa parecia intransponível, defendendo desde um remate perigosíssimo de Félix até uma grande penalidade de Heriberto.

A par de Dalot, o guarda-redes portista é um dos que, não arriscando muito, se pode afirmar que tem tudo para singrar no plantel principal dos azuis e brancos.

Apesar do falhanço, Heriberto Tavares foi ainda assim o mais inconformado dos encarnados. O avançado luso-cabo-verdiano visou a baliza portista um par de vezes ainda antes do quarto de hora de jogo. Mostrou velocidade a rodos, mas falta de eficácia, tal como José Gomes, que mal se viu lá na frente. Melhor enquanto durou esteve o talentoso João Félix, que quase marcou aos 43’.

Daqui para trás, tudo se complica. Gedson Fernandes esteve em jogo a espaços, dando alguma agilidade nas transições ofensivas do meio campo encarnado, Martin Chrien não encantou e a defensiva encarnada viu-se à nora com as diagonais que os avançados adversários faziam nas suas costas.

Nota negativa para o central Ferro, expulso ainda na primeira parte por uma entrada de sola sobre André Pereira. E destaque pela positiva para o guarda-redes Zlobin, que apesar de facilitar uma ou outra vez no jogo com os pés, é talvez o principal responsável pelo facto de a sua equipa não sair goleada esta tarde de Pedroso.

Colocando tudo na balança, ao contrário do que se pode afirmar do lado portista, este «clássico dos bês» não foi propriamente o melhor jogo para avaliar os melhores talentos dos encarnados.