O Ministério Público Federal do Brasil concordou, esta segunda-feira, com o pedido do sistema judicial italiano, que condenou o ex-jogador, Robinho, a nove anos de prisão por violação, pedindo que este cumprisse pena no Brasil.

«Para o órgão não há impedimento legal à transferência da execução da sentença», diz uma carta do procurador-geral adjunto da República, Carlos Frederico Santos, que foi enviada ao Tribunal Superior de Justiça (STJ), disse a Procuradoria-Geral da República em comunicado.

A declaração do Ministério Público, a pedido da juíza Maria Thereza de Assis, investigadora do STJ no processo, é o primeiro passo para que a condenação seja aprovada no Brasil.

«Dada a impossibilidade de extraditar Robinho para Itália», devido a um princípio constitucional no Brasil, a 17 de fevereiro, o sistema judicial italiano oficializou o pedido de «homologação da condenação», de acordo com o Ministério Público.

O procurador-adjunto indicou que a homologação se baseia «no respeito pelo princípio da não aplicação de duas penas para o mesmo crime».

No caso de Robinho, o antigo internacional brasileiro «será notificado no endereço domiciliário indicado» no processo, acrescentou Santos.

Recorde-se que Itália tinha pedido a extradição de Robinho, na sequência da sua condenação pela violação em grupo de uma jovem albanesa em Milão, em 2013.

Robinho, segundo as investigações, alegadamente obrigou a mulher, então com 23 anos, a beber até ficar inconsciente e depois forçou-a, com um grupo de amigos, a fazer sexo no vestiário de uma discoteca sem que ela conseguisse resistir.

Os acontecimentos ocorreram enquanto o jogado representava o AC Milan, onde esteve durante quatro temporadas (2010-2014).

O Supremo Tribunal Italiano tornou definitiva a sentença de nove anos decidida pelo Tribunal de Milão e confirmada pelo Tribunal de Recurso.

Para além de Robinho, o seu amigo Ricardo Falco - também condenado a nove anos de prisão em Itália - e outros quatro homens não identificados estiveram envolvidos na violação.