Acusado de agressão sexual, Dani Alves está em prisão preventiva há cerca de cinco meses. O internacional brasileiro decidiu abordar pela primeira vez sobre o que se passou numa discoteca em Barcelona, a 30 de dezembro e começa por atirar-se à alegada vítima.

«Não sei se ela tem a consciência tranquila, se dorme bem todas as noites. Mas eu perdoo-a», começou por dizer em entrevista ao «La Vanguardia».

«Apelo à sua consciência. Nunca houve uma noite em que não tivesse dormido tranquilo. Nem uma. Tenho a consciência tranquila. Nunca magoei voluntariamente ninguém e a ela também não naquela noite», referiu.

«Decidi dar esta entrevista, a primeira desde que estou aqui [na prisão] para que as pessoas saibam o que aconteceu. Que conheçam a história como eu a vivi naquela casa de banho, naquela madrugada. Até agora ouviu-se uma história de medo e de terror», justificou.

O ex-jogador de Sevilha, Barcelona e PSG, entre outros, conta a sua versão acerca do que aconteceu na discoteca catalã em finais de 2022.

«Entrei atrás dela [na casa de banho]. Nem tranquei a porta. A porta esteve aberta durante todo o tempo. Podia ter ido embora porque fiquei praticamente todo o tempo sentado na tampa da sanita. Ocorreu-me que alguém a aconselhou mal e que ela se sentiu mal depois de fazê-lo [sexo com o jogador], que deu um passo em frente e que não sabia como sair da confusão em que se tinha metido», relatou.

«É de madrugada quando a mulher com quem tenho o problema sai da casa de banho atrás de mim. Fico um pouco junto à minha mesa, mas não muito porque já era tarde. Estou com o meu amigo Bruno e aproximam-se mais pessoas antes de eu ir embora. Quando saio da discoteca, soube pelas imagens que passei perto de uma mulher que estava a chorar. Não a vi. Se a tivesse visto a chorar tinha-lhe perguntado o que se estava a passar. Nesse momento, se algum responsável da discoteca me tivesse pedido que esperasse porque uma jovem garantia que eu a tinha agredido sexualmente, não tinha ido para casa. E tinha-me apresentado na esquadra para esclarecer tudo.»

«A mim ninguém me disse nada. Sai do Sutton tranquilo e cheguei a casa. Tomei um duche porque a minha mulher já estava a dormir e sentia vergonha por lhe ter sido infiel. Deitei-me numa outra cama. Regressaria ao México dois dias depois para jogar e em algum meio de comunicação vi que uma jovem acusava o Dani Alves de agressão sexual. Liguei à minha advogada, Miraide Puentes. Ela informou-se com a polícia e garantiu-me que não existia nenhuma denúncia e que podia sair de Espanha com total tranquilidade», acrescentou.

Dani Alves aproveitou ainda a entrevista, concedida a partir da prisão Brians 2 para pedir desculpa à esposa, Joana Sanz.

«A única pessoa a quem tenho de pedir desculpa é à minha mulher, Joana Sanz. A mulher com quem me casei há oito anos, com a qual continua casado e com a qual espero continuar a viver toda a minha vida. Pedi-lhe perdão pessoalmente aqui, na prisão, mas devo fazê-lo publicamente porque a história é pública, a ofensa é pública e ela merece um pedido de desculpas público», referiu.

«Estão e vão ser dias muito duros para ela. Agradeço-lhe tudo o que está a fazer por mim. O seu papel não é fácil. Durante este período na prisão pensei muito no matrimónio e tenho a certeza que não me enganei quando escolhi a Joana como minha mulher. Se calhar ela é que se equivocou em relação a mim», concluiu.