A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciou, esta quarta-feira, que vai acelerar as «mudanças previstas» no relacionamento com as jogadoras da seleção, mostrando-se «consciente da absoluta necessidade de iniciar uma nova etapa».
Pretendendo «fechar a crise institucional aberta» depois do Mundial ganho por Espanha de forma inédita, a RFEF divulgou uma declaração de princípios no seguimento da reunião da última noite com as jogadoras, que teve mediação do Conselho Superior dos Desportos de Espanha, dizendo que «está consciente da absoluta necessidade de iniciar uma nova etapa» e assim «fechar a crise institucional aberta».
«É importante assinalar, ante os acontecimentos das últimas horas, que em nenhum momento houve intenção de trazer mais ruído e pressão às jogadoras», frisa a RFEF, lamentando «profundamente» que isso tenha sido considerado pela forma escolhida da convocatória para os próximos jogos.
Na segunda-feira, a nova selecionadora, Montse Tomé, anunciou a lista de convocadas para dois jogos da Liga das Nações, mas as internacionais responderam com um comunicado em que reiteravam a vontade de não ser convocadas, enquanto não se procedesse às alterações que exigiam. Nessa lista estavam 20 das 39 contestatárias e 15 campeãs mundiais.
Entretanto, a maioria das jogadoras aceitou reintegrar a seleção, mas houve duas a abandonar o estágio.
«Nos últimos dias, assumimos o nosso compromisso público de realizar mudanças estruturais, para iniciar uma nova etapa, absolutamente necessária, que respeite critérios de boa gestão, transparência e igualdade», argumenta a RFEF, apontando que as atletas «necessitam de sentir que a Federação é a sua casa, um local seguro para mostrar o seu profissionalismo e qualidade desportiva, ostentando o privilégio de representar Espanha».
Porém, a RFEF reconhece que não conseguiu, até terça-feira, «criar um clima de confiança com as internacionais». «Acelerámos as mudanças previstas e comunicámos, tanto ao CSD como às jogadoras internacionais, a decisão. O futebol espanhol merece um reconhecimento absoluto e todos os que fazemos parte dele devemos unir-nos para o conseguir», conclui o organismo.