Arsène Wenger reconhece qualidade aos treinadores portugueses, mas diz que a forma como estes se espalham pelo mercado, sobretudo europeu, tem a ver também com a representação.

«Hoje em dia há um forte impacto dos treinadores portugueses. Porque são bons, claro, não quero menosprezá-los, mas também porque têm ligações internacionais muito fortes. Basta ver a influência de Jorge Mendes em vários clubes europeus», disse o antigo treinador do Arsenal ao «L'Equipe».

As declarações de Wenger surgem no âmbito de um artigo que olha para Zinedine Zidane como um caso isolado de um técnico francês a vingar no futebol mundial, por estes dias.

«O treinador francês não é muito 'vendável' e, além disso, não está rodeado pelos melhores empresários. Os tempos mudaram, a rede é essencial. Em 1996, não cheguei ao Arsenal graças a um agente, embora houvesse um enorme cepticismo em torno do meu nome», acrescentou Wenger, que agora trabalha na FIFA como líder do departamento de desenvolvimento do futebol.

O francês avançou com as comparações, para dizer que André Villas-Boas é «muito bom mesmo», mas para questionar logo de seguida se Laurent Blanc não é, por exemplo. «É incrível que não tenha clube. Uma injustiça e um mistério», reiterou.