A Sampdoria, atual penúltima classificada do campeonato italiano de futebol, recebeu, esta segunda-feira em Génova, em Corte Lambruschini, na sede do clube, um envelope com uma bala de espingarda e a frase ameaçadora: «Desta vez está vazia, da próxima vez será verdadeira».

De acordo com o jornal Il Secolo XIX, a mensagem foi dirigida ao anterior presidente, Edoardo Garrone (à frente do clube de março de 2013 a junho de 2014), e ao seu sucessor, Massimo Ferrero, desde 2014 o maior acionista do emblema do norte de Itália.

A nove pontos da zona de salvação no campeonato, a Sampdoria não vive apenas uma situação desportiva complicada: agravam-se problemas financeiros, com dívidas superiores a 150 milhões de euros, com os adeptos a culpabilizar a dupla Garrone-Ferrero.

O caso está a ser investigado pelo Ministério do Interior.

O Primo Canale, da região da Ligúria, dá ainda conta que, paralelamente, um grupo de cerca de 100 adeptos da Sampdoria protestaram num dos escritórios da Fundação Garrone, ao início da tarde, lançando gritos contra os antigos proprietários do clube e colando alguns cartazes a assinalar a «vergonha» pelas suas ações. Foram, ainda, deflagradas algumas tochas de fumo.

O ex-presidente Ferrero deixou o cargo em dezembro de 2021 após ser preso por acusações não relacionadas à administração do clube. Porém, mantém o controlo.

O antigo futebolista do clube Marco Lanna é quem preside à Sampdoria, cuja maioria dos adeptos deseja ver vendida a quem lhe traga estabilidade.

Entretanto, esta tarde, a Sampdoria condenou «veementemente os episódios ocorridos, estigmatizando todas as formas de intimidação e violência e, ao mesmo tempo, esperando que a delicada situação do clube possa ser gerida pelas formas e nos locais mais adequados».

Edoardo Garrone também reagiu, através da rede social Fadcebook, considerando que o «ataque ocorrido por um grupo de autodenominados adeptos da Sampdoria marca a superação do nível de alerta e do limiar de tolerância do direito de expressão e crítica».