Nani foi o convidado do mais recente episódio do podcast ‘1 para 1’, de Pedro Pinto.
O extremo internacional português, que agora joga no Adana Demirspor, da Turquia, falou da carreira, da família, da seleção nacional e até do que sofre a ver o atual Manchester United a jogar.
O regresso à Turquia, depois de duas épocas pouco felizes, entre o Veneza de Itália e o Melbourne Victory da Austrália, nani parece reencontrar a boa forma. Já leva dois golos e duas assistências no clube turco, que vai em terceiro na Super Liga local.
«Os últimos meses foram complicados. Tive de trabalhar muito para chegar aqui. Ainda estamos no início da época, espero dar sequência a este nível», afirmou.
A duas semanas de completar 37 anos, Nani olha para a carreira já em jeito de balanço.
A influência de Paulo Bento
Recorda a influência de Paulo Bento, nos tempos de afirmação no Sporting.
«Paulo Bento foi um treinador que nunca vou esquecer. Eu era um jovem rebelde, devia ser chamado à atenção e ele soube-me levar, tinha um carinho especial por mim e ajudou-me muito».
O jogador recordou quando o treinador lhe disse que acreditava que ele iria chegar à equipa sénior, mas, para isso, «teria de pôr a cabeça no lugar» e lembrou quando lhe ir pedir dinheiro para pagar o táxi, à chegada ao treino.
«Muitas vezes perdia o autocarro em Lisboa, tinha de ir de táxi, mas não tinha dinheiro e ia bater-lhe logo à porta. Ele pagou uma vez, duas, três... Um dia ele ficou mesmo chateado, eu já estava a ver que ia levar uma bronca – e as do Paulo Bento eram duras! – mas ele disse: ‘para a próxima pagas-me um jantar!'»"
Quando chegou ao Manchester United, Alex Ferguson teve um papel igualmente importante na sua vida: «geriu a minha carreira quando eu estava a jogar no meio de leões», recorda.
A seleção nacional, João Félix e Rafael Leão
Campeão da Europa em 2016, Nani olha para a atual seleção nacional e não tem dúvidas em afirmar que se trata de um grupo muito talentoso.
«É um grupo de jogadores muito jovens, mas com muito talento», afirmou. Sobre João Félix, considera ser um jogador com «uma capacidade enorme para evoluir», mas que «ainda não chegou ao nível que ele pode chegar, toda a gente sabe disso».
O mesmo se aplica a Rafael Leão, que considera ser… «um leão, mas que ainda pode dar muito mais». «Quando o vejo na Seleção parece faltar ali um bocadinho de alegria, no jogo dele. Ele ser um bocadinho mais ele», acrescentou.
Nani recordou ainda a amizade com Bruno Alves, dos tempos passados no Fenerbahce, na sua primeira passagem pela Turquia, há oito anos – e revelou que muitas pessoas ainda o abordam na rua para falar desses tempos – e descreveu a relação que tem agora com o colega de equipa Mario Balotelli, de quem foi adversário nos tempos de Manchester, estando ele no United e o italiano no City. «O Mário é uma comédia, mas é muito boa pessoa», afirmou o internacional português.
Os filhos de Nani, Ronaldo e Quaresma
Olhando para o futuro, Nani tem uma visão curiosa: gostava de ver o seu filho a jogar na seleção nacional ao lado dos filhos de Cristiano Ronaldo e de Ricardo Quaresma!
«Isso era um espetáculo. Muitas das pessoas que nos viram jogar iam gostar de poder ver os nossos filhos a repetir a história. O futebol é complicado, há pressão… Que joguem, mas que joguem para se divertir e para fazer a sua própria história», disse.