O fundador da Wikileaks, Julian Assange, tem fortes probabilidades de ser extraditado pela justiça britânica para a Suécia, onde é suspeito de violação e agressão sexual, afirmou esta terça-feira o seu advogado sueco.

«Espero que tudo corra como Julian quer, mas penso que a hipótese de as coisas se inverterem são fracas», disse Bjorn Hurtig à rádio pública sueca SR.

«Penso que há um risco elevado de ele ser enviado para cá», acrescentou.

Entretanto o fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, compareceu esta quarta-feira à segunda sessão do recurso apresentado ao tribunal Superior de Londres contra sua extradição para a Suécia.

O tribunal estuda assim desde ontem o recurso apresentado por Assange em março contra a decisão de um tribunal entregá-lo à Suécia, país onde o Ministério Público o acusa de três crimes de agressão sexual e um de violação após a denúncia de duas mulheres.



O jornalista, cujo portal revelou os detalhes de milhares de informações confidenciais de embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo, foi detido em dezembro no Reino Unido, depois das autoridades receberam a ordem de extradição da Suécia.

Segundo a agência EFE, na terça-feira, o advogado de Assange, Ben Emmerson, argumentou que a ordem de detenção é «defeituosa», porque não descreve de maneira «justa, precisa e adequada» os alegados crimes sexuais.

Além disso, a defesa do jornalista insiste que a extradição tem motivos políticos, já que o portal revelou milhares de documentos do Departamento de Estado americano.

O Superior Tribunal estuda agora o recurso contra a decisão do juiz de distrito Howard Riddle de conceder a extradição à Suécia.

Assange, que permanece em prisão domiciliária na casa de um amigo no leste da Inglaterra sob fortes medidas de vigilância, organizou no último fim de semana uma festa para os amigos para comemorar o 40º aniversário.