A Liga está a preparar uma proposta de alteração do principal campeonato português em que dezoito clubes participam, mas seis deles nunca jogam com os quatro primeiros classificados.

A proposta é apenas uma das que têm sido apresentadas aos clubes e a diferentes agentes ligados ao futebol, mas é muito provável que chegue à Assembleia Geral do próximo dia 27, onde os quadros competitivos (I e II Liga) serão discutidos e alterados para dar entrada ao Boavista. A mudança terá efeito a partir de 2014/15.

Os dirigentes da Liga pediram ajuda a uma empresa holandesa, a Hypercube, que desenvolveu um modelo que permite medir a influência de cada fórmula de competição em diferentes parâmetros. Presentes em todas as reuniões, os responsáveis da empresa têm procurado evidenciar, para cada tipo de competição, de que forma são influenciadas as assistências nos estádios e as receitas televisivas, além do número de jogos.

A fórmula inovadora

Alguns dos modelos apresentados são clássicos. Manter o atual, por exemplo, implicaria que três clubes desceriam, para entrarem dois mais o Boavista. Simplesmente colocar 18 clubes teria impacto no número de jogos, com perda de interesse e prejuízo para as equipas que competem na Liga dos Campeões. Reduzir para 14 não ajuda a resolver o problema de base: abrir uma vaga obrigatória para o Boavista, por decisão federativa.

É neste cenário que aparece a mais arrojada das propostas, com o nome de código de «inovadora».

À partida, a Liga seria dividida em duas metades.

Na primeira jogariam oito clubes, a duas voltas, num total de 14 jornadas.

Na segunda metade jogariam dez clubes, a duas voltas, num total de 18 jornadas.

Esta primeira competição, de Inverno, terminaria em dezembro.

O vencedor do campeonato a oito ficaria automaticamente apurado para o Play-off final (já lá vamos¿) onde se discutiria o campeão da temporada.

As quatro equipas que chegassem a dezembro no topo continuariam em janeiro na parte de cima da competição, a oito. As outras quatro participantes seriam as melhores classificadas do campeonato a dez, a parte de baixo da I Liga.

De janeiro a maio, novo campeonato em duas competições paralelas. Uma com oito clubes, a duas voltas, e 14 jornadas. A outra com dez clubes, a duas voltas, no total de 18 jornadas. O vencedor da primeira, a parte de cima da I Liga, disputaria o Play-off com o vencedor de dezembro, para atribuição do título. Haveria também Play-off para o terceiro e quatro lugar e para o quinto e sexto, de forma a atribuir os lugares UEFA.

No caso de o vencedor de maio ser o mesmo vencedor de dezembro, o título ficará automaticamente atribuído, sem necessidade de Play-off, que poderá ser necessário apenas para atribuir o segundo e terceiro lugares.

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