«No final da tempestade, há um céu dourado», diz o histórico hino do Liverpool. Uma ideia que resume bem a vitória da equipa de Anfield sobre o Inter de Milão em San Siro por 2-0, em jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Um grande jogo da equipa de Simone Inzaghi que chegou a colocar a equipa inglesa em sentido e que obrigou Jürgen Klopp a rever as suas apostas iniciais para depois chegar à vitória, na ponta final, com dois golos de bola parada.

A verdade é que antes de chegar aos golos, o Liverpool passou por uma verdadeira tempestade, com o Inter a equilibrar o jogo na primeira parte, para depois superiorizar-se totalmente no início do segundo tempo. Chegou a dar a ideia que o «velho» Inter estava de volta, mas Klopp foi a tempo de emendar a mão.

Um jogo que começou, desde logo, com uma alta rotação com o Inter, com um meio-campo mais preenchido, a procurar pressionar alto e o Liverpool a responder com lançamentos longos para a velocidade do tridente ofensivo com Diogo Jota a voltar a fazer companhia a Mané e Salah. Um jogo que começou com uma grande intensidade com os italianos a procurarem surpreender os ingleses, mas a verdade é que foi a equipa de Jügen Klopp que criou as primeiras oportunidades.

Diogo Jota recuou muitas vezes para equilibrar a luta a meio-campo e a equipa de Anfield tinha, depois, muito espaço para acelerar com destaque um remate forte de Thiago Alcántara e uma cabeçada de Mané que passou muito perto do poste. No entanto, o Inter resistiu e e acabou por conseguir colocar o Liverpool em sentido, primeiro com um remate forte de Lautaro a rasar o poste e depois com um pontapé de Çalhanoglu à trave depois de um grande lance protagonizado por Perisic.

O internacional croata, que já foi jogador de Klopp, ainda no Borussia Dortmund, começava a revelar-se uma verdadeira dor de cabeça para Alexander-Arnold. A verdade é que o Liverpool não conseguia pressionar como gosta, com o Inter a sair a jogar com facilidade, com Dumfries, Çalhanoglu e Perisic sempre muito ativos. Uma grande primeira parte com oportunidades evidentes nas duas balizas.

Inter a crescer até à desilusão

O intervalo chegou com aplausos intensos das bancadas de San Siro que deixavam claro que o jogo não estava a correr bem ao Liverpool. Jürgen Klopp não esperou mais e no regresso ao relvado, deixou Diogo Jota no banco para lançar Roberto Firmino. Uma alteração que teve consequências imediatas no jogo, com o Inter a crescer a olhos vistos, a ganhar mais bolas e conseguir profundidade facilmente. A verdade é que Diogo Jota, na primeira parte, equilibrou a luta no meio-campo, mas sem o português os italianos assumiram as rédeas do jogo.

Seguiram-se momentos de verdadeira aflição na área de Alisson, com Perisic outra vez em destaquem, mas Lautaro, Çanalhaglu e até Arturo Vidal a provocarem sucessivos calafrios. O jogo estava cada vez menos vermelho e cada vez mais nerazzurro. Klopp teve de voltar ao banco para equilibrar a contenda, lançando, de uma assentada, Henderson, Keita e o reforço Luis Díaz. O colombiano entrou a todo o gás e teve logo uma oportunidade a abrir. Henderson e Keita trouxeram mais equilíbrio, numa altura em que o Inter também começava a acusar desgaste.

Num pontapé de canto de Robertson da direita, Firmino apareceu junto ao primeiro poste e, de cabeça, desbloqueou o marcador. Um enorme balde de água fria para o Inter. A equipa italiana ainda procurou reagir, mas acabou por consentir novo golo de bola parada, com Salah a recuperar uma bola perdida para marcar o seu oitavo golo consecutivo na atual edição da Liga dos Campeões. Logo a seguir, Klopp lançou Milner para a contenda e o jogo acabou.

Uma enorme desilusão para os adeptos do Inter que assistiram esta noite a uma das melhores exibições da sua equipa nos últimos anos, mas terão de digerir um resultado que não condiz nada com as sensações que tiveram.

(Imagens vídeo Eleven Sports).