20 anos, 14 jogos na Liga dos Campeões e 20 golos anotados. É Cristiano Ronaldo? Não. É Lionel Messi? Também não.

Quem é, pergunta o caro leitor? Erling Braut Haaland.

O furacão norueguês que arrasou o Sevilha em Espanha há três semanas mudou-se esta noite para Dortmund e aplicou a mesma receita, no empate (2-2) do Borussia frente aos andaluzes, que confirmou o apuramento da equipa germânica para os quartos de final da Liga dos Campeões.

A precisar de virar a eliminatória (perdera por 3-2 em casa), o Sevilha entrou com a atitude certa no Signal Iduna Park. Bloco compacto e subido, pressão forte e muita posse de bola. O problema? Falta de argumentos para «agredir» o adversário – só Suso, por uma vez, ameaçou as redes defendidas por Hitz no primeiro tempo.

Reforçamos isto: na primeira meia-hora só deu Sevilha. O Dortmund, mais confortável com a vantagem trazida de Espanha, entrou mais passivo e deixou-se ser dominado. 

Só que, lá está, há um rapaz norueguês que não se deixa dominar, nem tão pouco tem problemas em «agredir». Na primeira oportunidade de que o emblema alemão dispôs, fruto de um erro defensivo do adversário, Haaland não perdoou – ao contrário dos espanhóis – e fez o 1-0, isto com 35 minutos jogados.

O golo tranquilizou a equipa da casa e esmoreceu a armada sevilhista – durante alguns minutos, mas não até ao final do jogo. Haaland, claro, foi à procura de mais.

Haaland tentou «matar» a eliminatória, coração sevilhista não deixou

No início da segunda parte, naquele que terá sido um dos golos mais longos da história da Liga dos Campeões, o jovem avançado de 20 anos bisou, à terceira tentativa, depois de um golo revertido em penálti e de uma repetição do castigo máximo.

Só que este Sevilha, velha raposa das competições europeias – principalmente da Liga Europa –, não atirou a toalha ao chão e conseguiu assustar... e de que maneira.

En-Nesyri reduziu de penálti, depois de uma falta infantil cometida por Emre Can sobre Luuk de Jong, e voltou a marcar já no sexto minuto de compensação, fazendo o 2-2 com poucos segundos para jogar.

Tantas vezes uma equipa de contra-golpe, foi muito por aqui que o Dortmund acabou o encontro a jogar mais com o coração do que com a cabeça. Dahoud teve nos pés uma sublime oportunidade para «matar» o resultado, aos 85 minutos, mas Bono respondeu com uma enorme defesa. Mas com exceção desse lance, criou pouco no meio-campo ofensivo e acabou a partida a sofrer perante o coração e a crença sevilhista.

Na última jogada do encontro, Rakitic teve espaço dentro da área, mas preferiu o passe. A bola perdeu-se e, com muito sofrimento à mistura, o Dortmund (que não contou com o português Raphael Guerreiro, lesionado) confirmou o apuramento para os «quartos». O peso desta qualificação, esse, está quase todo nas costas do fenómeno Erling Braut Haaland: dos cinco golos anotados pelo Borussia nesta eliminatória, o norueguês apontou quatro.