Luís Figo, em entrevista ao jornal «As», fala da final da Liga dos Campeões que este ano terá um duplo significado para o antigo internacional português, não só pela presença do Real Madrid, clube que representou de 2000 a 2005, mas também por ser na cidade onde nasceu. O antigo jogador também fala do Campeonato do Mundo e diz que a Espanha, detentora do título, será uma das favoritas, a par do Brasil, Argentina e Alemanha.

«Este ano a final é em Lisboa, a capital do mundo (como lhe chamo) porque é a minha cidade, e é uma final entre duas equipas de Madrid. Eu aposto no Real Madrid porque teoricamente é a equipa favorita e porque joguei lá. Tenho orgulho em ser embaixador este ano da Champions porque já joguei numa das equipas que está na final e o Madrid já procura este troféu há muito tempo, já não o consegue ganhar desde a final em que por felicidade estive presente, em 2002. Muitos motivos para ser um jogo especial», começou por destacar o representante da maior competição de clubes.

O outro finalista é o Atlético Madrid que, nos quartos de final, eliminou o Barcelona num jogo que foi visto por muitos como o final do ciclo de domínio da equipa catalã. «Eu acredito que as mudanças de ciclos acontecem sistematicamente, o desporto não garante vitórias a ninguém, não pode ganhar sempre o mesmo, senão o futebol seria aborrecido. O facto do Barcelona não estar na final, não quer dizer que não tenha qualidade ou que se esteja a falar numa mudança de ciclo, tendo jogadores de extraordinária qualidade», referiu.

Cristiano Ronaldo foi uma das figuras incontornáveis da temporada em Espanha e é já considerado por muitos o melhor jogador português de todos os tempos, mas Figo coloca Eusébio acima de todos. «O Cristiano vai marcar a sua história, a sua geração, mas este tipo de avaliações são muito subjetivas. Não tive a possibilidade e a alegria de poder ver jogar Eusébio, mas acredito que acima de Eusébio não haja ninguém, mas é como digo, é muito subjetivo, e se eu posso pensar assim, há outros que pensam que não. Mas certamente que o Cristiano vai bater todos os recordes que há para bater e vai ficar para a história», comentou.

Quanto Mundial, Figo não coloca Portugal entre os favoritos. «Acho que a seleção espanhola é a favorita para o Mundial, mesmo tendo em conta que nenhuma seleção conseguiu ganhar duas vezes seguidas, mas acho que depende, acima da tudo, da questão física, da forma como os jogadores vão chegar ao Brasil e da forma como vão reagir às dificuldades. Os meus favoritos são o Brasil porque joga em casa. A Espanha por ser a atual campeã do Mundo. Argentina e Alemanha porque têm a sua história nesta competição e têm equipas de qualidade e depois deste vêm outras equipas europeias», destacou ainda.