Cinco golos apontados em seis jornadas de Liga. Cinco golos apontados em apenas noventa minutos, frente ao Levski de Sófia, na 2ª jornada do Grupo C da Liga Europa. Paulo Sérgio diz que só existe um Sporting, mas os números parecem dizer o contrário.

Se a nível interno o «leão» tem desiludido, no panorama europeu continua a marcar território. Para além de ter chegado aos seis pontos na segunda prova da UEFA, o Sporting mostrou que afinal até consegue marcar muitos golos. E logo no jogo em que Liedson não saiu do banco.

De lição estudada e com trunfo na manga para ganhar tranquilidade

De ganga ou de fato, o que é certo é que o Sporting ia sendo apanhado com as calças na mão logo no primeiro minuto. Um corte falhado de Polga deixou Dembelé em posição frontal à baliza, mas o possante avançado do Levski rematou mal e Rui Patrício segurou junto à relva. Apertado o cinto, o Sporting assumiu o domínio do jogo. Com Liedson no banco, Hélder Postiga foi o homem mais adiantado e aos 18 minutos já tinha quatro remates, mas nenhum golo.

Ao quinto remate do camisola 23 a história mudou. Postiga não marcou, mas conquistou o canto que permitiu a Daniel Carriço inaugurar o marcador, com um desvio ao primeiro poste. Paulo Sérgio mostrou ter o adversário bem estudado, pois colocou vários jogadores na pequena área e tirou proveito da fragilidade de Petkov nas saídas. Um trunfo que voltou a sair da manga à beira do intervalo, quando Maniche aumentou a vantagem de cabeça, após cruzamento de Vukcevic.

Recuperada a confiança, venha a goleada

Mesmo sem deslumbrar no primeiro tempo, o Sporting 2010/11 poucas vezes terá chegado ao intervalo tão descansado. Ao Levski já de nada valia a estratégia do contra-ataque, e a equipa de Paulo Sérgio, mais confiante e autoritária, partiu para a goleada.

Postiga até decidiu deixar o papel de «avançado-que-trabalha-muito-mas-não-faz-golos» para fazer vinte minutos de grande inspiração. Primeiro proporcionando a Diogo Salomão o primeiro golo de leão ao peito, e depois para marcar, ele próprio, um belo tento. Com tempo ainda para atirar uma bola ao poste, Postiga deixou o campo muito aplaudido.

Matías Fernandez fechou as contas a onze minutos do fim, e deu a Paulo Sérgio mais um motivo para sorrir. O chileno, tal como Postiga, bem estava a precisar de um golo moralizador. Toda a equipa precisava, de resto. O Sporting ainda tem muito para crescer, e é preciso ter em conta o valor do adversário, mas recuperou muita confiança, e uma inversão dos resultados tem de começar sempre por aí.