O Sporting caiu aos pés do Rangers na Liga Europa e disse adeus a uma das duas provas onde ainda tinha motivos para sorrir (a outra é a Taça da Liga). Maurice Edu, em período de descontos, assinou a sentença do leão, que, depois do empate a uma bola em Glasgow e de nova igualdade em Alvalade a duas bolas, fica pelos 16 avos-de-final da competição europeia, sem glória. À terceira, o Rangers voltou a afastar o Sporting em casa, o que já tinha feito nas épocas 1971/72 (chegou à final e venceu o único troféu europeu no seu palmarés) e 2007/08. Foi o sexto jogo consecutivo sem vencer e Paulo Sérgio é cada vez menos soberano no reino leonino.

Depois do tormento de segunda-feira no campeonato, o Sporting esperou 45 minutos para responder à altura na Europa, onde ainda podia fazer a diferença. Frente a um Rangers sofrível e agarrado à defesa, o leão deixou-se surpreender em contra-ataque. Polga ficou mal na figura e Diouf, o único avançado escalado por Walter Smith, bateu Rui Patrício logo aos 20 minutos. Um golo de simples execução, a três toques, um balde de água fria que o Sporting não esperava, mas que devia ter imaginado.

Com o intermitente Abel na direita e João Pereira mais avançado, bem como o regressado Evaldo na esquerda e Djaló no apoio a Postiga, o treinador Paulo Sérgio quis recuperar os dois flancos, muito mal tratados no derby, mas surpreendeu no meio-campo ao deixar André Santos no banco.

A necessidade não aguçou o engenho e só Matías Fernandez, João Pereira e Pedro Mendes conseguiram na fase inicial dar luta às emoções e à falta de confiança. Sobretudo o chileno, trabalhador, sempre com a bola no pé, a contornar a falta de ideias mas sem conseguir superar a barreira defensiva do Rangers.

A caminho do intervalo, uma grande penalidade não assinalada sobre João Pereira e que podia ter dado, desde logo, outro rumo ao desafio. Aos 38 minutos, o árbitro não puniu o empurrão de Kyle Bartley, médio que assistiria Hélder Postiga na jogada do empate. Foi a três minutos do intervalo, um grande golo de Pedro Mendes, naquela que foi uma das melhores jogadas da equipa leonina. Yannick Djaló tocou de calcanhar para Evaldo, o lateral cruzou para a área, Bartley amorteceu para a frente, Postiga atrasou para Pedro Mendes e o ex-Rangers bateu McGregor. Muito bom.

Faltou um bocadinho assim... e também Matías

O Sporting continua a ser uma equipa de duas partes, desta feita melhor a segunda, moralizada pelo golo antes do descanso, a trocar a bola com lucidez, o que raramente se tinha visto até então.

A primeira ameaça surgiu logo no arranque, com uma grande defesa de McGregor a impedir que o Sporting passasse para a frente, na sequência de um livre directo de Matías.

O Sporting voltaria a desperdiçar, aos 57 minutos, por João Pereira, que, com McGregor já batido, cabeceou por cima da trave. McGregor negaria pouco depois novo golo ao camisola 47 e só a seis minutos do fim o leão rugiu de felicidade. Um cruzamento de João Pereira terminou na cabeça de Yannick Djaló, que colocou por minutos o Sporting nos oitavos-de-final.

Enquanto os leões iam gerindo como podiam os sustos na sua área e os ataques à baliza do Rangers - Saleiro teve o 3-1 nos pés em cima do apito - Paulo Sérgio mexeu a desfavor da sua equipa. A saída de Matías Fernandez, um dos melhores em campo, para a ovação terminaria em assobios.

Maurice Edu, em período de descontos, deixou Alvalade em estado de choque, após novo erro defensivo. Mais um.