Sá Pinto sabia do que falava quando disse que o Basileia seria uma equipa diferente no Restelo daquela que foi há 15 dias quando se deixou surpreender em casa pelo Belenenses.
 
O técnico dos azuis pediu uma equipa concentrada, destemida e ambiciosa. Estava lançado o mote para que os lisboetas voltassem a fazer história contra o conjunto suíço. Mas sem compromisso, porque este Belém não foi criado para estas andanças. Pelo menos para já.

FILME E FICHA DE JOGO
 
Disposto a não cometer os mesmos erros da partida em terras helvéticas, o Basileia assumiu as despesas do jogo desde início. Muita posse de bola, mas pouca capacidade para ameaçar a baliza de Ventura nos primeiros 45 minutos. Bem organizados onde tantas vezes tem pecado ao longo desta temporada, o Belenenses mantinha-se coeso defensivamente, anulando com eficácia as zonas de construção dos visitantes.

Embolo, 18 anos de muito futebol
 
Mas não há forma de travar tudo: Embolo, por exemplo. O Belenenses não encontrou antídoto para travar o camaronês naturalizado suíço, de idade imberbe (18 anos), mas muito futebol nos pés.
 
Foi ele quem aniquilou os homens de Sá Pinto e encontrou forma de furar a muralha coesa que a formação helvética teve pela frente principalmente durante a primeira parte.
 
Começou por fazê-lo logo aos 10 minutos, ao rematar ao poste só com Ventura pela frente. Estava dado o aviso. O Belenenses procurava fazer uso de uma das melhores qualidades que possui: a velocidade dos homens da frente. Mas, esta noite, a equipa suíça, sempre muito cautelosa, raramente se deixou apanhar em contrapé.
 
Sim, nota-se que há uma linha que separa as duas equipas, mas que o Belenenses foi conseguindo pular durante a primeira parte, que o Basileia fechou com um golo. Embolo ( who else?) foi para cima de Filipe Ferreira e acabou por cair após suposto toque do lateral dos azuis. Penálti que Janko, ex-FC Porto, converteu com frieza.

DESTAQUES DO BELENENSES-BASILEIA

Belenenses a procurar reagir, Embolo a resolver
 
A equipa de Sá Pinto regressou para os segundos 45 minutos disposta a mudar o rumo dos acontecimentos. Começou por tirar a posse de bola à formação suíça, mas a verdade é que não conseguia criar desequilíbrios.
 
Com o Belenenses a ter a obrigação de correr atrás do prejuízo, o Basileia ameaçou o segundo por Janko aos 54’. Salvou Ventura, que nada pôde fazer dez minutos depois, quando E… sim, Embolo, quem mais poderia ser (?), lhe apareceu pela frente lançado por Zuffi. Contornou-o e atirou com a baliza nua para o 2-0.
 
O Basileia até não fazia muito, mas fazia o suficiente para não voltar a ser surpreendido como na Suíça. Atacava pela certa, trazia, no fundo, a lição bem estudada para Portugal. A linha que separa Belenenses de Basileia começava a aparecer. Era a linha do detalhe, que tantas vezes faz a diferença, como fez esta noite no Restelo.
 
Talvez pelas ausências de Carlos Martins e Miguel Rosa, o Belenenses fez pouco lá na frente. Duas oportunidades em 90 minutos – uma de Tiago Silva na primeira parte e outra de Luís Leal já nos descontos - era pouco. Mesmo contra o Basileia, que este ano vai receber a final da Liga Europa e tem aspirações legítimas na competição.
 
Está mais longe o sonho do apuramento para este Belenenses. Mas sonhar com coisas boas não faz mal a ninguém.

E continua a fazer sentido.