*Ana Sofia Figueiredo

José Antonio Reyes nasceu no dia 1 de setembro de 1983 em Utrera, Espanha. Na época de 1999/2000, com apenas 16 anos, assinou o seu primeiro contrato profissional com o Sevilha, que na altura atuava na segunda liga espanhola. O clube vivia uma crise financeira que parecia não ter fim. Em vez de investir em grandes contratações, a direção rojiblanca optou por dar oportunidades a alguns jogadores da cantera e foi assim que Reyes se revelou para o mundo do futebol com o seu precioso pé esquerdo.

Com atuações sólidas, o jogador prodígio teve um papel importante na subida do conjunto andaluz ao principal campeonato espanhol em 2000/2001. Depois desta época de sonho, o jovem extremo permaneceu no Sevilha por mais três anos. Era a estrela do plantel andaluz e por isso não paravam de chegar propostas à direção do Sevilha. Em 2004, o jogador rumou a Inglaterra para jogar no Arsenal numa transferência avaliada em 20 milhões de euros.

Ficou nos «Gunners» até 2007, sendo depois emprestado, no último ano, ao Real Madrid. Na época seguinte acabou por ser transferido para o vizinho Atlético Madrid. Depois de um ano na equipa principal dos colchoneros, Reyes chegou por empréstimo ao Benfica e aterrou em Lisboa como o grande reforço da época dos encarnados.

Quim, antigo guarda redes do Benfica, recorda a chegada do ex-companheiro ao clube da Luz. «Já vinha rotulado como excelente jogador. Na altura foi uma mais-valia para o plantel», lembra o guardião português. O extremo chegou ao Benfica com 24 anos e com equipas como Sevilha, Arsenal, Real Madrid e Atlético na bagagem e a admiração e curiosidade eram grandes por um jogador como ele vir para o campeonato português. «Lembro-me que as pessoas ficaram espantadas porque na altura ele já era um jogador reconhecido. Era difícil acreditar que o Reyes tinha aceite vir jogar na liga portuguesa e todos estavam ansiosos para saber como é que ele seria», recorda o atual guarda-redes do Desportivo das Aves.

Quim afirma que Reyes «ambientou-se perfeitamente ao clube» e destaca o empenho enquanto profissional. «Tinha muita qualidade técnica e estava sempre focado no objetivo de ajudar a equipa», revela. Fora das quatro linhas, o jogador andaluz era um «brincalhão no balneário, fazia rir» e «dava-se bem com toda a gente».

José Antonio Reyes só vestiu de encarnado durante um ano, no qual conquistou apenas um título: a Taça da Liga. Na final, contra o Sporting, o Benfica perdia por 1-0, quando aos 75 minutos beneficiou de uma grande penalidade convertida por Reyes, fixando o empate até ao final do jogo. No desempate por penaltis, o Benfica acabou por se sagrar vencedor da competição com Quim em destaque ao defender três grandes penalidades.

No final da época, muitos benfiquistas pediam a continuação do espanhol no clube. Mais de 3.500 pessoas assinaram a petição «Queremos Reyes no Benfica», mas a direção do Benfica decidiu não pagar a cláusula de rescisão. Desta feita, o jogador espanhol regressou a Madrid. Sem oportunidades de jogar com o treinador Gregorio Manzano, Reyes optou por deixar o clube em janeiro de 2012 e regressou às origens, ao Sevilha.

Agora, seis anos depois, os caminhos do jogador espanhol e do Benfica voltam a cruzar-se. Dia 14 de maio, Reyes, agora com 30 anos, alinhará pela equipa espanhola contra a equipa portuguesa. Quim antevê sobre o papel que o ex-companheiro poderá ter na final da Liga Europa. «É um jogador muito experiente nesta competição. Agora continua com muita qualidade, mas sem a mesma frescura que tinha quando esteve no Benfica. Já tem muito andamento e pode ser decisivo», explica o antigo internacional português.

Apesar de tudo, Quim admite que Reyes «gostou imenso de estar no Benfica» e acredita que o clube da Luz permanece no coração do médio andaluz.