Jogo de muita história mas de pouco interesse. Muitos casos e carambolas com uma reviravolta dos anfitriões mais com sorte do que com jeito.

Um autogolo, um penálti contra, um golo anulado, um «quase-golo» e uma expulsão: foi isto que aconteceu ao conjunto de Manuel Machado.

O Nacional entrou no Restelo como «lanterna vermelha» e sem pontos, mas o futebol com que iniciou a partida não fazia jus à sua posição. O conjunto de Manuel Machado entrou solto e dominou na primeira metade o conjunto de Velázquez, que vinha da primeira vitória no campeonato.

Muito por culpa do tridente Victor Garcia, Salvador Agra e Tiago Rodrigues, os insulares conseguiram ser mais esclarecidos e perigosos e o golo aos sete minutos foi só o culminar de um aviso anterior.

Logo aos cinco minutos, Agra e Victor Garcia deram cabo da cabeça a Hanin e Miguel Rosa com o extremo, que esteve nos Jogos Olímpicos, a surgir solto dentro da área do lado direito. Fez um cruzamento-remate que Dinis Almeida intercetou. A bola sobrou para Garcia que visou também a baliza. Mais uma interceção. A bola saiu da área e caiu no raio de ação de Washington. O brasileiro não pensou duas vezes e pensou «Vai já daqui»! Rematou, mas novo corte!

Passou o perigo para a baliza de Ventura, mas por pouco tempo. Novamente do lado direito, Agra recebeu na linha divisória, deu no meio para Tiago Rodrigues que meteu a bola em profundidade para Victor Garcia que subia pelo flanco. O lateral emprestado pelo FC Porto entrou na área e cruzou para trás, rasteiro. Bonilla estava no sítio certo para empurrar para o golo.

Festa dos raros adeptos insulares e a primeira vantagem do Nacional na Liga.

LEIA AINDA OS DESTAQUES DESTE JOGO: saiba quem foi o melhor em campo

O jogo não mudou a toada com o Belenenses a tentar a profundidade quase sempre em vão. Só de bola parada conseguia meter a bola na área, sempre sem finalizar. Já o Nacional quando estava em posse era sempre mais esclarecido. Washington, o trinco, começava a construção e depois Tiago Rodrigues e Agra idealizavam os ataques, explorando a velocidade de Witi (que marcou aos 23’ mas viu o golo ser anulado por fora de jogo) e de Victor Garcia.

Velázquez desagradado mandou aquecer Gerso e a sua equipa parece que sentiu essa ordem. Começou a jogar, a ter mais bola e empurrou o Nacional para o seu reduto. Sturgeon deixou o aviso aos 31’, ao receber na área, rodar e na cara de Rui Silva atirou fraco para as suas mãos.

Miguel Rosa atirou logo a seguir de cabeça ao lado e mesmo a finalizar a primeira parte, Sturgeon teve a perdida dos primeiros 45 minutos. Palhinha, de costas para a baliza, isolou o extremo que bem perto do alvo fez um cruzamento-remate. Ninguém empurrou nem a bola levava a medida certa! O desespero de Velázquez e da bancada foi visível.

O intervalo chegou e o treinador espanhol mexeu mesmo. Saiu Uri Rosell, o pior elemento dos azuis. Inconsequente, mal a defender e sem qualquer critério na tarefa ofensiva. O Belenenses passou a jogar em 4-4-2 com Sturgeon ao lado de Camará e Miguel Rosa e Gerso nas linhas.

O jogo mudou logo, a equipa do Restelo começou a jogar mais rápido e logo no início um drible de Sturgeon deu livre para o Belenenses. André Sousa atirou à barra.

Cresceu a equipa do técnico espanhol...mas na resposta no Nacional quase fez o segundo. Tobias Figueiredo de cabeça proporcionou a Ventura uma bela defesa. Os insulares ainda protestaram dizendo que a bola transpôs a linha de golo, mas as imagens mostram que não passou totalmente.

Dois minutos depois, aos 56’, Ali Ghazal viu o segundo amarelo por falta de Camará e complicou a vida a Manuel Machado. O egípcio estava adaptado a central e o treinador teve que voltar a adaptar. Primeiro Washington recuou, mas depois Machado mexeu e colocou lá Geraldo.

Ao mesmo tempo que Geraldo entrou Vítor Gonçalves que aos 63’, um minuto depois de entrar, fez penálti sobre João Palhinha. Abel Camará converteu e empatou a partida.

Manuel Machado não devia estar a acreditar no que estava acontecer e pior ficou quando viu o seu avançado fazer um golo na própria baliza. Aos 85 minutos, canto curto para o Belenenses com Vítor Gomes, recém-entrado, a cruzar na direção da baliza.

Bonilla antecipou-se a Tiago Caeiro ao primeiro poste e fez auto-golo!

Aconteceu de tudo ao Nacional neste jogo, que nos minutos finais já não teve pernas para atacar a baliza de Ventura. De livre Agra e Sequeira ainda deixaram ameaças, mas tudo em vão.

O Nacional segue sem vitórias e pontos, no último posto, o Belenenses tem sete em quatro jornadas. Boa pontuação, mas um futebol muito fraquinho.