A figura: Pica
Não há coincidências. O início da recuperação do Tondela deu-se aquando da entrada do central alentejano no onze de Petit. Nessa partida diante do Belenenses (jornada 27) foi decisivo, ao marcar o golo do empate nos descontos. Depois disso, voltou a a mostrar dotes de goleador das horas decisivas com um golo determinante que deu o triunfo no Bonfim, diante do V. Setúbal (jornada 31). No último fôlego da esperança tondelense, João Pica voltou a “picar” o ponto, marcando o golo inaugural. Nas horas vagas, quando não está decidir na área contrária, é o patrão da defensiva auriverde.

Menção honrosa: Petit
O ex-internacional português assumiu o comando do Tondela depois da 12.ª jornada, quando os viseenses ocupavam o último posto, com cinco pontos. A equipa demorou a assimilar as ideias do terceiro treinador da época, e quando os primeiros resultados começaram a aparecer, parecia que vinham demasiado tarde. Só que Petit acreditou. Mais do que isso, fez com que os seus jogadores acreditassem e chegou à última jornada com hipóteses de manter o clube no convívio entre os grandes, e fê-lo. É daquelas conquistas em que o «dedo do treinador» é evidente.

O momento: Pica indica o caminho
Há algumas semanas, Pica confidenciou ao Maisfutebol que os colegas brincavam com o seu poder de «talismã», dizendo que quando o central está em campo «fecha as linhas aéreas». Ora, desta vez, o central foi o radar dos auriverdes, indicando o caminho do sonho logo aos 12 minutos, inaugurando o marcador.

Positivo: apoio dos adeptos até ao último suspiro
A Académica chegava à derradeira ronda com a despromoção já consumada. Mas isso não impediu cerca de duas centenas de adeptos dos estudantes de fazer a curta viagem até Tondela para dizer à equipa que esta “nunca estará só na primeira ou segunda divisão”, como dizem num dos seus cânticos. Do outro lado, cheios de esperança pelo percurso recente do conjunto de Petit, os tondelenses juntaram-se no estádio João Cardoso para tentar empurrar a equipa para a vitória. No final, num gesto muito bonito, algumas dezenas de adeptos da equipa da casa interromperam os festejos para ir aplaudir o público afeto à Académica.

Outros destaques:

Cláudio Ramos
Um garante de segurança, o guardião do Tondela. Nas poucas vezes que a Académica conseguiu chegar à área dos beirões esbarrou nas defesas de Cláudio Ramos. É dos jogadores mais merece a permanência. Nem sempre foi titular, mas correspondeu sempre quando foi chamado.

Hélder Tavares
Foi dos jogadores mais regulares ao longo da época, sendo peça preponderante para os três técnicos que passaram por Tondela. Defensivamente é extremamente competente nas dobras aos colegas, mas também não se coíbe de atacar. Num desses lances, subiu pela direita para cruzar para o golo de Luís Alberto.

Marinho e Rafa
O capitão dos estudantes é dos jogadores mais acarinhados pelos adeptos e voltou a sê-lo nesta despedida. Na primeira parte foi seu o lance mais perigoso dos conimbricenses. Já o lateral cedido pelo FC Porto tentou balancear-se para o ataque e criou alguns desequilíbrios na defesa contrária. Os menos maus.