O Belenenses e o Rio Ave protagonizaram este sábado o primeiro empate da Liga 2015/16, num jogo em que os azuis do Restelo estiveram a perder e a vencer por dois golos, mas que acabou por saber melhor aos vila-condenses, que apostaram todas as fichas quando a derrota parecia inevitável.

CONFIRA O FILME E A FICHA DO JOGO

O Belenenses entrou mandão na partida. Com Carlos Martins ao leme da nau made in Portugal de Ricardo Sá Pinto, os lisboetas iam explorando as fragilidades defensivas da equipa de Vila do Conde, que entrou pouco concentrada no jogo. Aos quatro minutos, o ex-jogador do Benfica lançou para Sturgeon na esquerda, que rematou para excelente intervenção de Cássio.

O ascendente do Belenenses durou 15 minutos, o tempo necessário até a equipa orientada por Pedro Martins se reorganizar. O Rio Ave começou a ter bola e do outro lado parecia não haver muito interesse em correr atrás dela.
João Novais (um dos três reforços no onze dos vila-condenses, a par de Aníbal Capela e Yazalde) deixou o aviso, até que, pouco antes da meia-hora, Bressan aproveitou uma defesa incompleta de Ventura para abrir a contagem.

O Belenenses tentava despertar de uma espécie de sonambolismo, mas não conseguia mais do que um bom remate de meia distância de Sturgeon.

Até que, já perto do intervalo, Carlos Martins abriu o livro. O veterano penteou a bola até ao segundo poste onde estava Gonçalo Brandão, que cabeceou para o empate.

No regresso dos balneários, os sinais não eram motivadores para a equipa de Belém, que continuava com dificuldades em pegar no jogo.

Tic-tac, tic-tac. O relógio avançava e Sá Pinto, com a consciência disso, resistiu dez minutos à ditadura do tempo. Tirou Dálcio e lançou Miguel Rosa. O resultado? Um quase jackpot!

No lance seguinte, Cássio socou para fora área e foi mesmo de lá que Rúben Pinto colocou, de cabeça, o Belenenses na frente do marcador.

Na frente do marcador até bem perto do final da primeira parte, os vila-condenses viam-se agora obrigados a correr atrás do prejuízo. Pedro Martins chamou Ukra ao jogo, mas os lisboetas voltaram a fazer mossa. Camará foi derrubado dentro da área. Penálti para o Belém, que Carlos Martins (o tal que parece renascido para o futebol) converteu.

A perder por dois golos, o técnico dos vila-condenses não perdeu tempo e lançou o ex-sportinguista Héldon e Guedes. Apostava todas as fichas para alcançar o que parecia improvável.

E deu-se bem.

A 15 minutos do fim, Gonçalo Brandão desviou inadvertidamente um cruzamento de Guedes para a própria baliza.

O golo galvanizou os vila-condenses e Sá Pinto procurava dar oxigénio ao meio-campo dos azuis. Tirou Martins (o melhor da tarde) e colocou João Vilela, mas o destino estava traçado.

Traçado por Guedes, que voltou a fazer estragos entre a defesa do Belenenses. O ex-avançado do Penafiel recebeu de Héldon e num salto de peixe fez o empate.

Até final, o Belenenses tentou emendar a mão. Miguel Rosa ainda introduziu a bola nas redes de Cássio, mas em posição irregular ( lance duvidoso). Mais racional, o Rio Ave até podia ter alcançado uma reviravolta histórica. Héldon quase marcou após novo deslize de Ventura e Hassan viu um golo limpo ser-lhe invalidado.

Empate ajustado no arranque da Liga para Belenenses e Rio Ave numa tarde de golos no Restelo e de domínios alternados de jogo. Venham mais como este em 2015/16 que a malta agradece.