Jogo acidentado em Barcelos, mas os leões conseguiram chegar ao destino com os três pontos e a liderança. Duas expulsões, uma para cada lado, um penálti falhado e dois golos com os remates a sofrer desvios antes de entrar na baliza, este encontro teve um pouco de tudo.

Num jogo exigente, tal como Ruben Amorim tinha previsto na antevisão e onde o resultado não espelha as dificuldades sentidas, os leões fizeram pela vida, souberam anular o galo e foram letais quando tiveram oportunidade. Nuno Santos saiu do banco para desbloquear o jogo. Gonçalo Inácio, sem querer, ampliou a vantagem e Daniel Bragança fechou a contagem em cima do apito final.

O Gil Vicente sentiu a falta do maestro, Fujimoto, e esteve longe de ser a equipa que foi em outros jogos. Jogo 50 de Ricardo Soares no banco dos gilistas que o técnico não recordará com saudade. Os barcelenses desperdiçaram a oportunidade de ultrapassar o Vitória de Guimarães e de se aproximar de Portimonense e Estoril.

Expulsões mudaram o jogo

Primeira parte muito atribulada e incaracterística. Rúben Amorim apresentou o onze esperado, mantendo Ugarte no meio campo e apostando em Paulinho, que havia terminado o isolamento na véspera, na frente de ataque. Ricardo Soares também não apresentou qualquer surpresa e apenas fez uma alteração, forçada, trocando o castigado Zé Carlos por Hackman.

Os galos, a defender, apostavam num 4-4-2, com Fujimoto e Navarro a pressionar os centrais e Lino e Murilo a controlar a largura dada por Matheus Reis e Gonçalo Esteves, que se estreou a titular em jogos do campeonato. Murilo foi o primeiro a ameaçar, com um remate à figura, e Sarabia respondeu com um lance semelhante.

Contudo, o jogo mudou por completo ao minuto 13. Fujimoto teve uma entrada mais dura sobre Matheus Reis e Tiago Martins, após consultar o VAR, expulsou o japonês. Os leões passavam a jogar com mais um homem, mas a vantagem numérica só demorou dez minutos. Luís Neto terá agredido Pedrinho e também viu ordem de expulsão. Voltava tudo à estaca zero.

O técnico leonino, para equilibrar a equipa, tirou Sarabia e lançou Nuno Santos para o corredor esquerdo, fazendo recuar Matheus Reis. Quando se começou a jogar futebol, Talocha, após boa jogada de entendimento com Samuel Lino, rematou já na área, com Matheus Reis a dar o corpo ao manifesto e impedindo o golo – os barcelenses pediram grande penalidade por mão na bola do leão.

Logo depois, foram os sportinguistas a pedir penálti, por carga de Vítor Carvalho sobre Ugarte. Uma vez mais, Tiago Martins consultou o vídeo-árbitro e assinalou o castigo máximo. Chamado à conversão, Pote não conseguiu Frelih, que fez uma excelente defesa. Até ao descanso, destaque apenas para uma cabeçada de Coates, após canto, que levou a direção das mãos do guardião esloveno do Gil Vicente.

Nuno Santos desbloqueou

Após o reatamento, o jogo continuou vivo e, à semelhança do primeiro tempo, o Gil Vicente voltou a ser a primeira equipa a criar perigo, num remate frontal de Vítor Carvalho. Mas quem marcou foi o Sporting, aproveitando um erro da defesa local. O passe de Rúben Fernandes para Hackman saiu curto e Nuno Santos recuperou e, à entrada da área, disparou uma bomba para o fundo das redes. O esférico ainda desviou em Lucas Cunha, ganhando efeito e enganando Frelih.

Os barcelenses sentiram o golo e continuaram a falhar muitos passes e a ter dificuldades na fase de construção. Em mais um erro gilista, os leões iam chegar ao segundo golo. Pedrinho atrasou mal, Paulinho recuperou e rematou, com o esférico a desviar num defesa e ir para canto. Do pontapé de canto, a bola sobrou para a entrada da área onde Pote desferiu um remate que desviou em Gonçalo Inácio e acabou no fundo da baliza.

A ganhar por dois, o Sporting assentou o jogo e comandou as operações. O melhor que o Gil Vicente conseguiu foi um remate à meia volta de Navarro que Ádan defendeu com segurança. Do outro lado foi Frelih a impedir que os sportinguistas ampliassem a vantagem, com um par de boas defesas.