Muita produção, mas pouco aproveitamento. Marítimo e Estoril encontraram-se no Funchal, para um jogo que os madeirenses acabariam por dominar quase por completo. Um enorme caudal ofensivo, sobretudo na segunda parte, fez encher de esperanças um Caldeirão quase em ebulição, mas faltou o tempero dos golos.

Os minutos iniciais demonstravam duas equipas algo ansiosas e pressionadas para regressarem às vitórias, resultando num jogo rápido e intenso, muito dividido, mas nem sempre bem jogado. Marítimo e Estoril denotavam, por isso, alguma precipitação que impedia a melhor definição das jogadas.

As duas equipas eram, apesar de tudo, muito pressionantes e agressivas na procura da bola. Os madeirenses eram ligeiramente melhores porque conseguiam sair a jogar com mais critério, definindo melhor as incursões ofensivas, o que trouxe duas aproximações que podiam ter dado em oportunidades mais flagrantes nos primeiros 15 a 20 minutos. Já os canarinhos procuravam também transpor a última muralha verde-rubra, explorando a velocidade, mas com poucos efeitos.

A pressão do Marítimo sobre o portador da bola era ainda mais evidente sobre o guarda-redes Daniel Figueira, sempre que este procurava jogar com os pés e a estratégia chegou a resultar num calafrio para a equipa da Linha.

Essa pressão alta sobre a primeira linha de construção resultou num caudal ofensivo que começou a desenhar-se a partir da meia-hora. Aos trinta minutos, Joel Tagueu ganhou nas alturas, deixando para Alipour, com a primeira grande oportunidade do jogo, ao aparecer isolado na cara de Figueira. Aos 39, foi Henrique a aproveitar uma nova desatenção da defensiva do Estoril para ganhar a bola nas costas, mas o remate de primeira foi travado sem grandes dificuldades. E em cima dos 45, foi Cláudio Winck a testar os reflexos de Figueira, obrigando-o a defender a dois tempos.

No reatamento, a equipa madeirense recomeçou como tinha deixado a primeira parte, com um forte pendor ofensivo, dando lugar a três oportunidades para Henrique e Alipour, de rompante, no espaço de apenas cinco minutos.

O Marítimo era cada vez mais acutilante, e aos 64 minutos Alipour voltou a ter nos pés uma nova oportunidade flagrante, rematando ao poste. Já sem Soria, expulso aos 68 minutos, depois de travar Joel Tagueu que seguia isolado para a baliza canarinha, a tarefa do Estoril ficou ainda mais difícil.

A falta de eficácia penalizava, todavia, o Marítimo. Apesar de muito produzir ofensivamente, e fazer quase tudo bem até à hora de rematar, ficou a faltar a capitalização das muitas oportunidades de que dispôs a equipa de Vasco Seabra.