Se este duelo teria grande peso na definição da sobrevivência, então é forçoso concluir que o Arouca se mostrou muito mais apto a atingir esse objetivo que o Gil Vicente.

O resultado é eloquente e, mesmo não dizendo tudo, revela a grande superioridade que a formação da casa exibiu perante adversário direto. 

A qualidade individual de Iuri Medeiros fez o resto: livre superiormente executado, no 1-0; assistência de luxo para Kayembe, no 2-0. Roberto ainda fez o 3-0, também com participação de Iuri Medeiros, em fase do jogo em que as coisas, na prática, já estavam decididas. 

O 3-1 de Ruben Ribeiro, a dez minutos do fim, apenas confirmou, num belo livre, que o médio está muito acima da qualidade dos companheiros (foi talvez o único que tentou remar contra a maré).
 
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O jogo foi muito marcado pelo receio mútuo de perder. Sobretudo até ao golo de Iuri Medeiros.
 
Ambas as equipas tinham a noção de que uma derrota, neste encontro, seria comprometedora nas contas da sobrevivência.
 
Mais para o Gil Vicente, é certo, que ainda terá que receber Sp. Braga e Benfica e ir ao Dragão (calendário bem difícil até ao fim), mas os jogadores do Arouca também sabiam que uma derrota em casa perante aquele que será, talvez, o principal rival na fuga ao 17.º posto seria grande rombo no plano de sobrevivência. 

Génio de Iuri para soltar as amarras táticas

O ritmo dos primeiros minutos foi muito baixo. Ambas as equipas estavam dispostos a arriscar... zero e preocuparam-se, essencialmente, em não errar.

O Gil até teve, após fase de impasse, um ligeiro ascendente, mas nunca materializado em oportunidades claras. Com o passar dos minutos, a maior organização do Arouca veio ao de cima. 

Em lance aparentemente inofensivo, Kayembe tira falta de Gabriel. Iuri Medeiros transforma o livre na perfeição e coloca o Arouca na frente. 

A partir daí, tudo mudou: o Gil nunca mais conseguiu ser uma equipa tranquila e confiante; o Arouca subiu no jogo e descolou para três pontos preciosos. 

Assim é difícil, Simi...

Ainda não tinha sido o fim da história deste jogo: no último lance da primeira parte, Simi, na cara do golo, desperdiçou o empate, atirando ao lado.

O Gil disse adeus ao empate, antes do intervalo; o Arouca aproveitou e resolveu em definitivo, nos primeiros minutos do segundo tempo. Iuri,sempre ele, assistiu, com nível, Kayembe para o 2-0.

O segundo do Arouca «matou» o Gil: a partir daí, na verdade, quase ninguém terá duvidado que o Arouca iria mesmo vencer o encontro. O 3-0 de Roberto apenas confirmou esse sentimento.

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Ruben Ribeiro ainda fez o 3-1, em belo livre, mas quase nem deu para os gilistas festejarem: havia só dez minutos e muito pouco ânimo para tentar evitar o que foi parecendo inevitável.