Não saiu do zero o embate entre Famalicão e Farense. Os famalicenses jogaram quase toda a segunda metade com mais um jogador – expulsão de André Pinto -, mas, apesar do domínio e do assalto à baliza algarvia, nunca foram capazes de abrir o cofre defendido por Rafael Defendi. Assim, os dois emblemas continuam nos lugares do fundo da tabela, somando agora 19 pontos.

Num jogo de extrema importância entre duas equipas que lutam pela sobrevivência na I Liga, os técnicos não mexeram muito em relação às partidas anteriores. Aliás, Jorge Silas não mexeu nada e usou a mesma fórmula e os mesmo ingredientes que utilizou no importante triunfo alcançado em casa do Rio Ave (0-1). Não mexeu no onze para tentar alcançar o segundo triunfo caseiro da temporada.

Já Jorge Costa, que não perde há três desafios, mudou apenas dois leões de Faro em relação à igualdade com as águias. Bura deu lugar a Tomás Tavares no lado direito da defesa e Mansilla ocupou o lugar na ala esquerda do ataque do lesionado Madi Queta. Apesar das alterações, o objetivo continuava a ser o mesmo: dar continuidade aos bons resultados para tentar fugir na classificação à turma minhota.

A primeira parte foi equilibrada e sem grandes oportunidades de golo. No entanto, foi bem jogada e colocou duas equipas com um futebol positivo, que não se limitaram a jogar para o ‘pontinho’. O técnico famalicense voltou a utilizar o 3-5-2 que fez sucesso em Vila do Conde. Os locais tentavam construir jogo desde o guarda-redes e, mesmo pressionados, tentavam sempre sair com o esférico junto ao relvado.

De igual modo, os algarvios foram a jogo no habitual 4-2-3-1 e, com uma boa circulação de bola, tentavam chegar à baliza do Famalicão. Porém, entre o querer e o conseguir a distância é longa e o facto é que, na primeira parte, nenhum dos emblemas conseguiu incomodar verdadeiramente o guarda-redes contrário.

Expulsão mudou o jogo

Sem alterações ao intervalo, o reatamento foi o seguimento do que aconteceu nos primeiros 45 minutos. Contudo, uma expulsão mudou o rumo da partida. Numa rápida transição ofensiva, André Pinto derrubou Alexandre Guedes quando este se dirigia para a baliza – sem bola. O central viu o segundo cartão amarelo e deixou o Farense a jogar com dez. Jorge Costa ajustou para segurar a igualdade. Tirou um extremo, colocou um defesa e baixou a equipa no terreno de jogo.

No outro banco, em superioridade numérica, Silas mexeu para ganhar. Desfez a defesa a três e mexeu na frente, colocando jogadores que levam maior mobilidade no setor ofensivo. A partir daqui os famalicenses encostaram os algarvios às cordas e protagonizaram um autêntico assalto à baliza de Rafael Defendi. Porém, apesar do domínio e de chegar frequentemente à área adversária, os de Famalicão não criavam verdadeiras situações de perigo.

Foi assim até ao final. O Famalicão a tentar tudo por tudo para ganhar vantagem e o Farense a defender com unhas e dentes a igualdade. Mas a principal oportunidade de golo acabou por surgir do outro lado, já muito perto do fim. Licá podia ter matado o jogo. Isolado por Lucca, que ganhou nas alturas, o internacional português, no cara a cara com Luiz Júnior, atirou a rasar o poste os três pontos.