O Sporting de Braga anunciou esta terça-feira que vai implementar «com efeitos imediatos» a norma que inibe dirigentes, colaboradores e atletas de qualquer apreciação ao trabalho desenvolvido pelos árbitros.

A decisão surge na sequência da intenção manifestada na segunda-feira pelo presidente dos minhotos, António Salvador, de introduzir essa regra a partir da próxima época, partindo, então, desde já para a sua inclusão no regulamento interno do clube e «estendendo esse compromisso até final da temporada 2020/21».

O Sporting de Braga ambiciona, desta forma, uma «pacificação do ambiente em torno dos árbitros» e incita todos os outros clubes e entidades, Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Liga de clubes, «para que se associem a esta iniciativa e possam dar origem a uma vaga de fundo para a criação de uma nova era na história do futebol português».

O clube bracarense «estende o desafio ao Governo de Portugal, que tem a autoridade e a capacidade para conduzir este movimento, esperando que o seu poder de iniciativa e de liderança permitam a consecução de um período de tréguas que é essencial para que se possa fazer evoluir um setor de atividade tão importante para o nosso país», acrescenta.

Para isso, pede que Governo, FPF e Liga «promovam, com caráter de urgência, uma reunião alargada com todos os clubes a fim de se estabelecer um compromisso - se não imediato, com vista à próxima época - para um período de tréguas generalizado e que deve também procurar sensibilizar os responsáveis máximos pelo espaço mediático português».

«Esta vaga de fundo não pode ser sucedida se não contar com a subscrição dos órgãos de comunicação social. É muito importante que as direções dos jornais, das rádios e das televisões, que tanto pugnam por um ambiente mais saudável, assumam também esta oportunidade e que a concretizem nas suas opções editoriais, para que não se contemple espaço ou alinhamento para insinuações sobre os árbitros e as arbitragens que tantas vezes servem de mote para que se instile o ódio nos setores mais fanatizados», defende ainda a direção do clube.

O Sporting de Braga entende ainda «que o Conselho de Arbitragem, responsável pelo setor, deve monitorizar de forma detalhada este período e deve apresentar publicamente, no termo da próxima época, as conclusões verificadas, expressando de forma taxativa se o período de tréguas foi benéfico ou se as carências são mais profundas e exigem medidas internas».