Entrada autoritária do Belenenses na tentativa de quebrar o enguiço dos jogos de apresentação aos sócios e adeptos, cujos resultados do passado recente não têm sido favoráveis ao emblema da Cruz de Cristo.

Os azuis, que têm no horizonte a 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa, subiram ao relvado com dez portugueses (!), mantendo os traços de identidade que tão bons resultados deram na época transata, mas, curiosamente, foi Deyverson [o único estrangeiro] a mostrar serviço.

O brasileiro, que nos últimos seis meses viveu na Alemanha com a camisola do Colónia, esteve duas vezes próximo do golo (4’ e 8’), a segunda através de um pontapé acrobático que mereceu palmas das bancadas do Restelo.

Mais adiantado na preparação, por força dos compromissos que se aproximam, a formação orientada por Ricardo Sá Pinto deu um sinal mais intenso durante os instantes iniciais, mas foi perdendo gás com o passar dos minutos.

Do outro lado, o Estoril, com uma equipa que estará longe de ser a mais forte, foi percebendo as movimentações adversárias e rapidamente estacou as investidas. Esteve, inclusivamente, perto do golo numa jogada concluída por Babanco (16’).

De resto, os primeiros 45 minutos foram perdendo interesse à medida que os dois conjuntos procuravam, antes de tudo o resto, implementar os princípios de jogo dos dois treinadores. Muito esforço, mas o ritmo teimava em continuar baixo.

Na segunda parte houve mais espaço para jogar, devido à fadiga que alguns jogadores apresentam nesta fase da temporada, mas o jogo continuou a ser disputado longe das balizas.

As melhores oportunidades do Belenenses na etapa complementar tiveram a assinatura de Gonçalo Brandão, Sturgeon e Camará.

Mendy, que na última temporada foi essencial na subida do União da Madeira, foi ganhando pontos na consideração de Fabiano Soares, fazendo uso do seu perfil mais físico, enquanto Gladestony, pouco depois de pisar o relvado, teve nos pés o golo da vitória naquele que seria o último sopro do encontro.

As duas equipas terminaram esta partida com sinais diametralmente opostos. Se Ricardo Sá Pinto parece dar continuidade ao que de bom foi feito durante a última época, apresentando apenas mexidas cirúrgicas, o Estoril ainda está em fase de construção, embora tenha deixado uma imagem combativa. Tem a seu favor o facto de ainda faltar sensivelmente um mês para o arranque da Liga.

Belenenses: Ventura, João Amorim, Tonel, Gonçalo Brandão e Filipe Ferreira; Ricardo Dias e Ruben Pinto; Sturgeon, Carlos Martins e Miguel Rosa; Deyverson.

Jogaram ainda: André Sousa, Tiago Silva, Dálcio, André Geraldes, Abel Camará, Fábio Nunes, Tiago Caeiro, Traquina e Rafael Floro.

Estoril: Kieszek, Mano, Diego Carlos, Wanderson e Leandro Borges; Taira e Babanco; Sebá, Chaparro e Gerso; Mendy.

Jogaram ainda: Anderson Luís, Bilal, Léo Bonatini, Tijane, Gladestony, Bakary e Mattheus.