Balão de oxigénio. O Moreirense voltou aos triunfos na receção ao Belenenses (4-1) e saltou para fora da linha de água, fechando a jornada 21 da Liga com um salto de dois lugares na tabela classificativa. Um salto que permite à equipa de Sá Pinto encher os pulmões de ar, impedindo um adversário direto de chegar a esse mesmo oxigénio.

Último e penúltimo classificado, à entrada para este jogo, mediram forças num jogo com uma enorme carga emocional envolvida na luta pela fuga aos últimos lugares. Um cenário que se ressentiu à flor do relvado ao, assistir-se a um jogo demasiado acidentado e com quezílias a sair em catadupa.

Embate que, diga-se, até para começar foi estranho. Apenas oito minutos depois da hora marcada, sem qualquer explicação, o árbitro Nuno Almeida assinalou o início de um embate combativo, com vários gritos nos bancos, reclamações e, ao fim de contas, pouco daquilo que interessa: futebol.

Três golos, expulsão, reclamações: melo meio tentou jogar-se futebol

Deste figurino sobra uma convicção. O Moreirense foi desde início mais equipa e foi o conjunto que mais fez por amealhar os três pontos. Chegou ao golo aos dezoito minutos por Yan Matheus, apenas dois minutos depois de ter dado o primeiro sinal. O mesmo Yan Matheus esteve na cara do guarda-redes, mas desperdiçou quando estava completamente isolado.

Na única aproximação digna de registo à área adversária o Belenenses empatou o jogo, apenas sete minutos depois de o Moreirense ter materializado a sua superioridade. Remate de primeira de Camará, bem executado, a corresponder ao cruzamento de Calila na direita.

A espécie de reação do Belenenses foi travada no final da primeira parte. Ndour envolveu-se com Artur Jorge e viu cartão vermelho direto, num lance sem bola a meio campo. No lance imediatamente a seguir o Moreirense fez o segundo num lance de bola parada e, num ápice, desbloqueou o jogo.

Terceiro para arrumar com a questão e tempo para uma bicileta

Se o Moreirense já era a equipa mais equilibrada e com mais argumentos, melhor ficou na segunda metade com mais um elemento em campo perante um Belenenses que nunca se encontrou. A equipa de Sá Pinto procurou insistentemente um terceiro golo que valesse a tranquilidade.

Um golo que acabou por chegar ao minuto 68 por André Luís, a passe de Yan Matheus, que ajeitou de cabeça para o remate triunfal do Moreirense. Vencedor definido, o Belenenses não teve argumentos para sequer tentar contrariar esta tendência. Derik Lacerda ainda foi lançado por Sá Pinto para provocar mais estragos. Atirou com estrondo à trave antes de assinar o quarto com um pontapé de bicicleta.

Está cada vez mais sozinho no fundo da tabela o Belenenses, parecendo não ter pulmões para o ar necessário. Respira o Moreirense, regressa aos triunfos de forma sólida: saltou para fora dos lugares de despromoção.