Silas, treinador do Belenenses, é um dos treinadores de I Liga que ainda não tem as habilitações legais para surgir na ficha de jogo como treinador e, no final do jogo com o Tondela, no sábado, foi confrontado com aquilo que aconteceu a Rúben Amorim, seu antigo colega no Belenenses, defendendo-o, ainda que realçando que os casos são distintos.

«A minha situação não é semelhante à do Rúben porque ele, salvo erro, ainda não acabou o primeiro nível. Eu já sou treinador no papel e ele ainda não. Mas isso é só no papel, porque o trabalho que ele está a fazer é de treinador. Ele é treinador e é um grande treinador», elogiou, afirmando depois que, «algo está errado» para que casos assim sucedam.

«Por exemplo, um jogador que tenha jogado até aos 40, como eu? Eu, por acaso, tive a preocupação de tirar o primeiro e o segundo nível – e só não tirei o terceiro porque não me deixaram, porque diziam que tinha de ter dois anos de experiência a treinar. Mas alguém que jogue até aos 40 e que não tire os cursos, tem de esperar até aos 50 para ser treinador? Alguma equipa dá uma oportunidade a um treinador para começar aos 50 anos? Há aqui alguma coisa que está errada.»

E Silas continuou, reconhecendo que «tem de haver regras, mas não se pode ser tão radical».

«Tirar o primeiro nível demora dois anos. O segundo, outros dois. Depois, não se pode tirar o terceiro porque são precisos dois anos de experiência a treinar… Demoras 10 anos. Dez anos? Alguém que jogou como o Rúben, um jogador internacional, ou eu que joguei 22 anos como profissional, passei por cinco países, preciso de dez anos para ser treinador?», questionou.