Mais de dois anos após ter anunciado o fim da carreira devido a problema cardíacos, Fábio Faria é agora aluno do segundo ano da licenciatura em gestão do Desporto, no ISMAI, onde está a estudar com o apoio do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).

«Pensei que depois do futebol não ia aprender mais nada, mas o curso tem-me ajudado muito. O primeiro ano foi um pouco complicado porque não estudava há oito anos», disse ao SJPF.

O último jogo do antigo defesa de Rio Ave e Benfica foi a 4 de fevereiro de 2012. A dois minutos do final do jogo entre Rio Ave e Moreirense, o então central vilacondense sentiu-se mal. «Cheguei a temer pela vida. Meia hora depois de me ter sentido mal, entrei na ambulância e perdi os sentidos. Já via a minha família ao longe e pensava que não ia resistir. Foi um milagre, Deus esteve do meu lado e deu-me uma oportunidade para estar a fazer o que gosto.»

O futebol terminou para Fábio Faria, mas o antigo jogador, agora com 26 anos, não deixou de praticar desporto, ainda que de forma moderada. «Tenho de ter muito cuidado. Tomo todos os dias um comprimido de manhã para manter o ritmo cardíaco baixo e faço desporto porque, se não, dou em maluco. Ao domingo jogo com os meus amigos. Sou guarda-redes, porque não posso ir para a frente», explicou.

Fábio Faria falou ainda sobre o Benfica, clube ao qual estava vinculado quando terminou, de forma abrupta, a carreira. «É um clube de outra dimensão, está em crescimento e dentro de poucos anos não tenho dúvidas de que vai ser um dos melhores do mundo», antecipou antes de garantir que quando terminar os estudos quer continuar ligado ao futebol.

«É a minha vida. Foi sempre o que quis fazer. (...) Espero que tanto o Rio Ave como o Benfica me proporcionem essa oportunidade.»