Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações na flash interview da Sport TV1, após o empate frente ao Boavista (2-2), em jogo da 19.ª jornada da Liga:

«Fizemos uma primeira parte desastrosa. Entraram as camisolas, mas as camisolas não jogam. É preciso correr, ter dinâmica, reagir depois de perder a bola. A transição ataque-defesa foi muito má. Estávamos avisados para tudo. Não basta ter contrato para jogar no FC Porto, é preciso mais. Não basta ser da formação ou bonito nas redes sociais, é preciso mais. É a pior primeira parte de uma equipa minha desde que sou treinador. 

Ao intervalo corrigimos algumas coisas e fomos a equipa que costumamos ser. Faltou-nos aquela pontinha de sorte. Por exemplo não é canto no lance que dá o primeiro golo do Boavista. Tivemos o penálti para chegar ao 3-2 e o Sérgio falhou, faz parte. Este foi o quinto jogo em 15 dias, jogamos de três em três dias. Nem temos 72h00 de recuperação e depois há jogadores que foram injustamente tirados deste jogo. Fomos prejudicados nos últimos jogos e neste também. 

Os principais culpados fomos nós. O Boavista fez uma partida competente, se jogar sempre com esta agressividade vai continuar na Liga. Não vi muitas vezes o Boavista, mesmo com o Professor, a ter esta dinâmica e esta agressividade sem bola. Fez o que lhe competia, tudo normal. 

Não podemos fazer o que fizemos na primeira. Falhei como treinador. O Boavista jogou com uma linha de cinco contra o Sporting e alterou ao intervalo. É usual os adversários alterarem a estrutura contra nós. Cabe-me encontrar soluções para isso. Tentei com o Fábio que é um jogador que define bem com bola e tentei dar largura com o João Mário e com o Manafá e ter gente por dentro como o Taremi e o Corona. Dentro disto, há uma dinâmica que foi trabalhada, pensada e pedida aos jogadores. Não tomei as melhores opções, estou aqui para dar a cara e assumir isso.

Juventus? Não quero falar desse jogo. A competição mais importante é esta. Quem não percebe o que é estar no FC Porto, como não percebemos na primeira. Não dignificámos a camisola do FC Porto. Quem não entende isso, não pode estar no nosso grupo independentemente do nome, da idade, de ser feito no clube, de ser estrangeiro. Cabe-me tomar essa decisão. 

Não acabou. Tenho um grupo de homens que é capaz de dar luta até ao fim. Não está a ser fácil não só pelo que não fazemos no campo. Até esta primeira parte, tínhamos sido uma equipa muito valiosa em termos de consistência.

Francisco Conceiçao? Era função dele, entrar e fazer isso.»