Luís Freire, treinador do Nacional, em declarações na sala de imprensa do estádio do Dragão, após a derrota por 2-0 frente ao FC Porto, em jogo da décima jornada da Liga:

«Em relação momento negativo do Nacional é normal, as equipas vivem altos e baixos ao longo da época. Temos as nossas particularidades. Estamos a recuperar o plantel para encarar esta fase. O nosso objetivo é a permanência, isso é assumido por todos. As três derrotas têm de nos fazer perceber o que fizemos mal, também fizemos algumas coisas bem. Sabemos o que temos de melhorar.

O FC Porto é sempre muito forte em casa, costuma entrar forte nos jogos. Montámos uma estratégia com o intuito de tirar profundidade ao FC Porto e de condicionar o jogo interior e exterior. A equipa conseguiu fazê-lo até ao lance da grande penalidade. Não é fácil estar a perder no Dragão. Conseguimos sair do nosso meio-campo, tivemos bola no meio-campo ofensivo, mas nunca visámos muito a baliza. Na primeira parte não conseguimos mostrar totalmente o que valemos ofensivamente devido a alguns maus posicionamentos ofensivos. 

O FC Porto teve muita posse de bola e controlo, embora sem conseguir criar situações claras de golo. Há uma possível falta sobre o Riascos no lance do 2-0, mas não foi por aí. Acho que o 2-0 ao intervalo era um pouco pesado.

O FC Porto estava em 4-4-2 e saltava logo na pressão, mas tivemos receio em jogar. Na segunda parte perdemos esse receio, ma faltou-nos olhar para a baliza deles. Não fomos incisivos e fomos individualistas num pormenor ou outro. Estou muito satisfeito pela reação dos jogadores depois do 2-0. Fiquei frustrado porque assustámos pouco. Foi um jogo difícil, mas há muita coisa que fizemos bem. Não concedemos muitas oportunidades, mas chegámos à baliza contrária poucas vezes.»

«Inicialmente tentámos apanhar o FC Porto em contra-golpe. Com bola no meio-campo ofensivo, tentámos jogar. Depois de estarmos a perder, fomos à procura do jogo. Sofremos golo numa saída longa do Daniel. O risco em sair a jogar é relativo. Se chegarmos todos juntos à baliza deles, estamos mais perto de marcar e de não sofrer. Temos os mesmos golos sofridos que o FC Porto. Temos de entender que nem sempre podemos sair a jogar, mas também não devemos bater sempre. Temos de continuar a crescer e a trabalhar, foram só dez jogos e não 34.

Quando ganhas ou perdes, há mérito e demérito. O FC Porto teve sempre a iniciativa do jogo e procurou marcar. Nós tivemos o mérito de não conceder muitas oportunidades e o demérito de cometer dois erros que resultaram em dois golos. A partir daí, é sempre difícil. Houve mérito na reação que tivemos. O FC Porto fez o seu trabalho e venceu de forma justa. Se calhar a diferença no marcador não se ajusta ao que foi o jogo. Podíamos ter equilibrado mais o jogo.»