Felipe deu esta quinta-feira uma entrevista ao Porto Canal, durante a qual falou um pouco de tudo: do momento do FC Porto, claro, mas também do início da carreira e da decisão de se mudar para o Dragão.

«Quando surgiu a oportunidade na Europa não pensei duas vezes: vou fazer a minha história. Pedi opinião ao meu pai e ele deu-me força e eu estou aqui», disse.

«Tinha algumas propostas, mas vi que o FC Porto era a melhor opção. Vi que a defesa do FC Porto não estava muito bem e resolvi agarrar este desafio.»

Pelo caminho explicou por que escolheu o número 28: é um dorsal especial, contou.

«Quando cheguei ao FC Porto procurei saber quem era o número 28, vi que era o Kelvin e que tinha acabado de sair. É um número que tem muita história para mim, a minha mulher faz anos dia 28, fui campeão brasileiro com o número 28, nos restaurantes sento-me sempre na mesa 28... Sinto-me muito confortável com o número 28.»

Felipe contou também que quando era mais novo esteve perto de seguir uma carreira de basquetebolista. Pelo menos era essa a vontade de um treinador que encontrou.

«Um treinador chamou-me para jogar numa equipa de basquetebol, porque disse que eu tinha potencial para ser profissional, que merecia, que tinha talento. Mas respondi que a minha vontade não era ser profissional de basquetebol e que ia correr atrás do futebol. Hoje mantemos um bom relacionamento e ele elogia-me, mas diz que continuo com talento para o basquetebol», sorriu.

«No basquetebol trabalhei a impulsão, fiz treinos de fortalecimento com pesos nas pernas. Quando trouxe isso para o futebol fez a diferença.»

Ainda numa viagem pela infância, o central brasileiro garantiu que nunca recusará um autógrafo ou uma fotografia. Já houve quem lhe tivesse recusado, e isso marcou-o.

«Trato muito bem aos meus fãs. Pedi uma vez um autógrafo a um jogador, o meu ídolo e de quem gostava muito. Fui ao carro dele mas ele foi arrogante e não me deu. Quase chorei, mas guardei aquilo para mim. Por isso respeito e trato muito bem os adeptos, principalmente as crianças. Aquilo bateu-me, foi muito mau... só queria um autógrafo.»

Depois, e num salto para a atualidade, Felipe garantiu que se sentiu «muito confortável» quando chegou ao Dragão. Pelo caminho disse não concordar quando se diz que é um jogador com mais fibra do que os colegas de equipa.

«Todos querem mostrar vontade, não sou só eu. O Alex Telles, o Danilo, que para mim é um touro , o Maxi... São todos assim, são jogadores que puxam muito o público.»

O mês complicado da equipa, em novembro, foi também abordado.

«Tínhamos que ter paciência e tranquilidade e saber que os golos iam voltar. Passou o mês de novembro, veio o golo do Rui Pedro e começou tudo a andar», frisou.

«Os meninos estão a evoluir. São ótimos jogadores, mas acho que faltava um pouquinho da frieza frente ao golo. E aí o Rui Pedro entra naquele jogo frente ao Sp. Braga e começa a dar tudo certo. A organização foi a chave para dar tranquilidade aos meninos da frente.»

Por fim, Felipe comentou o que se passou no Bessa com Nuno Espírito Santo: o treinador, recorde-se, foi expulso depois de se travar de razões com Alfredo para defender Corona.

Para o central brasileiro é perfeitamente normal.

«Ninguém pode pensar em si próprio. Somos uma equipa, nunca quero o mal do meu companheiro e é por isso que dizemos que somos uma família», sublinhou.

«Sabemos que vamos passar por coisas e vamos defender-nos uns aos outros com tudo. É uma família que criámos, somos todos respeitosos uns com os outros e trato os meus companheiros como irmãos. Se alguém os insultar, vou paras cima deles como um bicho.»